Foto reprodução TV Verdes Mares |
Sindicato alega 'surpresa' com denúncia
Os agentes penitenciários rebateram, na
tardes de segunda-feira (19) as denúncias do Ministério Público do Estado do
Ceará (MPCE) de que a categoria seria responsável pelas mortes ocorridas nos
presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) durante as rebeliões
simultâneas registradas no último mês de agosto. Segundo o presidente do
Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do Ceará
(Sindasp-CE), Valdemiro Barbosa, a categoria sofre perseguição por parte do
Governo, que estaria pensando em privatizar as unidades penitenciárias.
“Existe uma movimentação para terceirizar a
atividade de agente penitenciário, o que não pode acontecer porque é uma
atividade do Estado. Há um lobby, interesses por trás disso. Vários outros
Estados aceitaram a terceirização, porque é lucrativa. Querem mercantilizar o
presídio e cobrar por preso. Para convencer a sociedade, estão colocando na
cabeça das pessoas que os agentes não têm capacidade de gerir o sistema”,
declarou.
O representante da categoria disse que alguns
pontos ressaltados pelo MPCE não dependem dos agentes. “Algumas questões são
deficiências do Estado, a exemplo do abastecimento de água nas penitenciárias.
Há muito tempo são abastecidas por carros-pipa e considerar que os agentes
cortaram isso é um absurdo. Se existe um responsável pelo que aconteceu no
Ceará é a gestão da Sejus”.
A advogada da entidade, Ninon Tauchmann,
informou que nesta terça-feira (20) irá reunir todas os documentos para
analisar o que cabe na defesa dos agentes. “Vínhamos há meses comunicando ao
secretário que a segurança nas unidades estava de mal a pior. A qualquer
momento poderia haver um levante lá dentro. Os agentes são seres humanos, têm
famílias, filhos. Ninguém pode obrigar um servidor público a trabalhar sem as
mínimas condições de segurança. Vou receber o procedimento investigativo
criminal na íntegra para ver o que cabe na defesa de todos os agentes, porque a
categoria toda foi atingida por essas imputações”, afirmou Ninon.
Fonte: DN
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