Delegado Nelson Pimentel,
ex-capitão da PM do Maranhão, é novo diretor do DIP
Um ex-capitão da Polícia
Militar do Maranhão e ex-delegado do Pará. Este é o perfil do novo chefe do
Departamento de Inteligência da Polícia Civil cearense (DIP). Trata-se do
delegado Nelson Canito Pimentel Júnior. Ele deve assumir o cargo ainda hoje em
substituição ao colega Renê Andrade. O nome, desconhecido no Ceará, foi
escolhido pelo atual chefe de Coordenadoria de Inteligência (Coin), da
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Ednaldo Cavalcante,
que hoje é quem dá as cartas na Polícia Judiciária do Ceará e que se tornou o
“homem de confiança” do secretário André Costa.
A nomeação de Nelson
Pimentel para comandar os destinos da Inteligência da Polícia Civil foi imposta
ao delegado-geral, Everardo Lima, que não teve nenhum poder de decisão mesmo
sendo o gestor maior da instituição e abre mais um capítulo da crise na
Segurança Pública do estado, agravada nas últimas semanas pela morte de líderes
da facção criminosa PCC no Ceará. O episódio virou um escândalo nacional que
abalou ainda mais a imagem do Ceará perante o país após o registro da chacina
do “Barreirão”, no bairro Cajazeiras, em Fortaleza.
Após a matança na casa de
shows “Forró do Gago” (14 mortos, segundo números oficiais divulgados pela
SSPDS), uma nova chacina veio a abalar ainda mais as estruturas de poder dentro
da Segurança Pública: o assassinato de 10 presos na Cadeia Pública da cidade de
Itapajé. Logo depois, para completar o desgaste geral, ocorreu a morte dos
bandidos paulistas “Gegê do Mangue” e “Paca”, dois figurões do crime organizado
no Brasil.
Com toda essa sequência de
atropelos, vexame para as autoridades locais, demonstração de fraqueza da
Inteligência e prejuízos para a imagem do Ceará, o governador Camilo Santana
(PT) chamou o secretário ao Abolição e deu o ultimato: ou refaz a Inteligência
ou entrega o cargo. Duas semanas depois, o delegado Renê Andrade foi exonerado
do DIP.
Na tarde desta quarta-feira,
numa reunião à portas fechadas, o delegado-geral Everardo Lima foi informado de
que o chefe da Coin já havia escolhido o nome para o DIP, assim como fez
anteriormente na escolha dos titulares de outras unidades da Polícia Civil,
como a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Delegacia de
Combate às Ações do Crime Organizado (Draco). Sem poder de reação, o
delegado-geral acatou as ordens do diretor da Coin.
Fonte: Fernando Ribeiro
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