Funcionários do Tribunal de Justiça do Ceará
também foram exonerados após operação da PF
Em nota enviada à imprensa, a presidente do
TJCE, desembargadora Maria Iracema Martins do Vale, afirmou que foi comunicada
da decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin,
que afasta os magistrados Francisco Pedrosa Teixeira e Sérgia Maria Mendonça
Miranda, "até ulterior deliberação". Eles estão proibidos, inclusive,
de entrar nos próprios gabinetes que ocupam no Tribunal. Além do afastamento, o
TJCE exonerou funcionários que também teriam tido envolvimento no esquema.
"Em face desta decisão, a Presidência do
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará exonerou os ocupantes dos cargos
comissionados de assessores e oficiais de gabinete vinculados aos mencionados
magistrados e, para evitar prejuízo à atividade judicante, serão convocados
Juízes de Direito, ad referendum do Órgão Especial, para substituir os
magistrados afastados", afirma a nota do órgão.
Também ontem, a presidente do Judiciário
cearense determinou a instauração de sindicância contra os magistrados
suspeitos, já comunicada ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
A Corregedoria do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) também informou que irá apurar, em paralelo às investigações da
Polícia Federal (PF), a atuação dos três desembargadores alvos da segunda fase
da 'Operação Expresso 150', deflagrada em Fortaleza na última quarta-feira
(28). Francisco Pedrosa Teixeira e Sérgia Maria Mendonça Miranda, da ativa, e
Váldsen Alves Pereira, aposentado, foram alvos da ação, junto a 14 advogados e
outras sete pessoas.
O corregedor nacional de Justiça, ministro
João Otávio de Noronha, determinou, naquele mesmo dia, a abertura de
Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). Benjamin encaminhou ofício ao
corregedor dando conhecimento de documentos, que mostram indícios de crimes
praticados por parte de magistrados do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE).
Conforme a investigação, os suspeitos agiam
em núcleos independentes. As negociações com os advogados eram realizadas
através de intermediadores. No caso de Pedrosa, por exemplo, a esposa dele,
Emília Maria Castelo Lira, é apontada pela PF como o elo entre o pagamento e a
liberação dos habeas corpus impetrados pelos advogados. Em conversas através de
aplicativo de celular, Emília tratava com os advogados Michel Sampaio Coutinho
e Jéssica Simão Albuquerque Melo Coutinho, também marido e mulher, sobre as
decisões que o marido assinaria posteriormente.
Váldsen, por sua vez, recebeu de uma única
vez o valor de R$ 107 mil, em transferência bancária oriunda, conforme as
apurações da PF, de um intermediador. O desembargador concedeu liminar
beneficiando 300 candidatos eliminados em concursos da Polícia Militar nos anos
de 2011 e 2012. As investigações apontam que cada um pagou o valor de R$ 5 mil
pela liberação. O advogado José Joaquim Mateus Pereira, o "Zé
Galinha", teria feito a negociação.
Já Sérgia Maria é citada em diálogos entre
Michel Coutinho e o também advogado Carlos Eduardo Miranda de Melo. Ela teria
concedido habeas corpus a um cliente de Coutinho, acusado de tráfico, em 2012.
Liga da Justiça
Um dos núcleos do esquema, conforme as
investigações, mantinha as conversas através de um grupo no aplicativo
WhatsApp. Intitulado "Racha do Megacu/Liga da Justiça", o grupo reúne
advogados que conversam abertamente sobre os esquemas de compra de liminares.
O advogado Fernando Carlos de Oliveira
Feitosa, o "Chupeta", fala em conversa transcrita pela PF, por
exemplo, que em um plantão a desembargadora Sérgia Miranda "abriu foi as
portas do presídio"(sic). Para os investigadores, "Chupeta", que
é filho do desembargador Carlos Rodrigues Feitosa, investigado e afastado na
primeira fase da operação Expresso 150, em junho de 2015, era o intermediador.
Fonte: DN
4 comentários:
Com as investigaçôes da PF fica dificil de acreditar na justiça.
isso concretiza mais ainda o velho ditado" o dinheiro nao é tudo na vida, mais a vida sem dinheiro nao significa nada perante a justiça
somos simplesmente escravos da vida vem chumbo de todos os lados ate parece que somos bandidos corretos tentando duelar contra uma justiça maginalizada.
Certeza
Certeza
Certeza
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