23 de maio de 2015

TRISTE ESTATÍSTICA: CEARÁ OCUPA 8ª POSIÇÃO NO RANKING DE MORTES POR ACIDENTE DE MOTOS

Taxa de mortalidade no estado é de 9,9 para cada 100 mil habitantes. Entre 2002 e 2012, este número cresceu 81,9% no estado.

O Ceará ocupa a 8ª oposição no ranking de mortes por acidente de motocicletas no Brasil, com taxa de mortalidade de 9,9 para cada 100 mil habitantes, de acordo com levantamento do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira (22). O estudo foi feito com base em dados de 2013. Entre 2002 e 2012, este número cresceu 81,9% no estado. No Brasil, o índice é de 6,3 mortes por 100 mil habitantes.
Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2013, os acidentes com motos resultaram em 761 mortes no Ceará e 2.040 óbitos no país, o que corresponde a 28% dos mortos no transporte terrestre.
Nos últimos seis anos, as internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de 115% e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%. No Estado do Ceará, foram 3.123 internações em 2014, representando um gasto de R$ 2,7 milhões.

De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano, cerca de 45 mil pessoas perdem suas vidas em acidentes de trânsito no Brasil. A violência envolvendo particularmente motociclistas está se tornando uma epidemia no país.
O líder no ranking de mortes por acidentes com motocicletas é o Piauí, com índice 21,1 mortes por 100 mil habitantes. Na sequência vem Roraima (17,6), Sergipe (17,5) e Tocantins, com taxa de 12,1 mortes por 100 mil habitantes.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde está propondo uma série de ações intersetoriais, que deverão envolver outras esferas do Governo Federal, governos estaduais e municipais, para promoção de uma política específica de prevenção aos acidentes com motos. Nesta semana, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas em discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.

"Não dá mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de saúde pública. Algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de financiamento do capacete como um EPI (Equipamento de Proteção Individual), possibilitando a venda do item de segurança junto do veículo”, exemplificou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Números

Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 4.292 mortes de motociclistas em 2003, número 280% menor do que o registrado 10 anos depois (12.040). Parte do aumento de acidentes envolvendo motos se deve ao crescimento vertiginoso da frota no país. Entre 2003 e 2013, o número de motocicletas aumentou 247,1%, enquanto a população teve um crescimento de 11%.
De 2008 a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas os acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vitimas. Desse total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões – crescimento de 170,8% em relação a 2008. Esse valor não inclui custos com reabilitação, medicação e o impacto em outras áreas da saúde.

Perfil das vítimas

Segundo Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA 2011), que traça o perfil das vítimas de violências e acidentes atendidas em serviços de urgência e emergência do SUS em capitais brasileiras, 78,76% das vítimas de acidente de transporte terrestre envolvendo motociclista são homens, na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre os motociclistas ouvidos, 19,6% informaram o uso de bebida alcoólica antes do acidente e 19,7% estavam sem capacete.

“Os acidentes pegam uma faixa etária delicada da população. Para um país que está envelhecendo, essas pessoas impactam muito, já que estão em sua idade produtiva. Esses acidentes interferem no sistema de saúde, na previdência, no trabalho e, principalmente, na vida pessoal do indivíduo”, lembrou o ministro.

Fonte: G1CE

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