Taxa de mortalidade no estado é de 9,9 para cada
100 mil habitantes. Entre 2002 e 2012, este número cresceu 81,9% no estado.
O Ceará ocupa a 8ª oposição no ranking de mortes
por acidente de motocicletas no Brasil, com taxa de mortalidade de 9,9 para
cada 100 mil habitantes, de acordo com levantamento do Sistema de Informações
sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira (22). O
estudo foi feito com base em dados de 2013. Entre 2002 e 2012, este número
cresceu 81,9% no estado. No Brasil, o índice é de 6,3 mortes por 100 mil
habitantes.
Dados preliminares do Ministério da Saúde
apontam que, em 2013, os acidentes com motos resultaram em 761 mortes no Ceará
e 2.040 óbitos no país, o que corresponde a 28% dos mortos no transporte
terrestre.
Nos últimos seis anos, as internações
hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram
um crescimento de 115% e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%.
No Estado do Ceará, foram 3.123 internações em 2014, representando um gasto de
R$ 2,7 milhões.
De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano,
cerca de 45 mil pessoas perdem suas vidas em acidentes de trânsito no Brasil. A
violência envolvendo particularmente motociclistas está se tornando uma
epidemia no país.
O líder no ranking de mortes por acidentes com
motocicletas é o Piauí, com índice 21,1 mortes por 100 mil habitantes. Na
sequência vem Roraima (17,6), Sergipe (17,5) e Tocantins, com taxa de 12,1
mortes por 100 mil habitantes.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde está
propondo uma série de ações intersetoriais, que deverão envolver outras esferas
do Governo Federal, governos estaduais e municipais, para promoção de uma
política específica de prevenção aos acidentes com motos. Nesta semana, o
ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas em
discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.
"Não dá mais para não agir na dimensão
preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e elevar
essa discussão a um problema de saúde pública. Algumas propostas em estudo são
a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da compra da moto,
por exemplo, e a possibilidade de financiamento do capacete como um EPI
(Equipamento de Proteção Individual), possibilitando a venda do item de
segurança junto do veículo”, exemplificou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Números
Segundo o Sistema de Informações sobre
Mortalidade do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 4.292 mortes de
motociclistas em 2003, número 280% menor do que o registrado 10 anos depois
(12.040). Parte do aumento de acidentes envolvendo motos se deve ao crescimento
vertiginoso da frota no país. Entre 2003 e 2013, o número de motocicletas
aumentou 247,1%, enquanto a população teve um crescimento de 11%.
De 2008 a 2013, o número de internações devido a
acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas os
acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o SUS
registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram
gastos no atendimento às vitimas. Desse total, 88.682 foram decorrentes de
motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões – crescimento de 170,8% em
relação a 2008. Esse valor não inclui custos com reabilitação, medicação e o
impacto em outras áreas da saúde.
Perfil das vítimas
Segundo Sistema de Vigilância de Violências e
Acidentes (VIVA 2011), que traça o perfil das vítimas de violências e acidentes
atendidas em serviços de urgência e emergência do SUS em capitais brasileiras,
78,76% das vítimas de acidente de transporte terrestre envolvendo motociclista
são homens, na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre os motociclistas ouvidos,
19,6% informaram o uso de bebida alcoólica antes do acidente e 19,7% estavam
sem capacete.
“Os acidentes pegam uma faixa etária delicada da
população. Para um país que está envelhecendo, essas pessoas impactam muito, já
que estão em sua idade produtiva. Esses acidentes interferem no sistema de
saúde, na previdência, no trabalho e, principalmente, na vida pessoal do
indivíduo”, lembrou o ministro.
Fonte: G1CE
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