A turista italiana Gaia Molinari foi morta em 24
de dezembro de 2014, em Jericoacoara, e o caso corre risco de entrar para as
estatísticas de crimes sem respostas no Ceará.
Foi no último 24 de dezembro que a italiana Gaia
Molinari realizou uma viagem sem volta ao Brasil. A turista visitou a praia de
Jericoacoara, em Jijoca (a 287 km de Fortaleza), na companhia de uma amiga que
conheceu no Ceará, a carioca Mirian França. Lá, a estrangeira foi assassinada
próximo à Pedra Furada. Dois meses depois, o caso segue sem resolução, o que
levou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol) a
declarar, em entrevista ao Tribuna do Ceará, que acredita que não se chegará a
um culpado.
A farmacêutica carioca chegou a ser a principal
suspeita pela morte de Gaia, após ter entrado em contradição em seus
depoimentos. Mirian ficou presa durante um mês e meio, em Fortaleza, mas foi
liberada antes do Carnaval, por falta de provas. Desde então, a polícia segue
sem novidades sobre o caso.
Para o presidente do Sinpol, Gustavo Sampaio,
que critica a Segurança Pública no Ceará, a possibilidade de se encontrar o
culpado pelo crime é bem pequena. “A chance de ser descoberto quem fez isso é
quase zero. Jeri é uma praia distante, não tem iluminação, não tem câmeras de
segurança. No máximo, o que pode acontecer é alguém ser pego, de bobeira, e
acabar confessando”, sinaliza.
Gustavo explica que o caso de Gaia Molinari é
mais um que entra para as estatísticas de crimes sem resposta, e justifica isso
a uma possível falta de interesse da segurança pública em focar em
investigações. “O problema da polícia no Brasil é que dão mais importância a
inquérito, que é pura burocracia, e esquecem da investigação. Se valem nas
declarações de testemunhas, fazem um relatório, enviam para o Ministério
Público e pronto”, analisa.
“O problema da polícia no Brasil é que dão mais
importância a inquérito, que é pura burocracia”. (Gustavo Simplício, presidente
do Sinpol)
Contactada pelo Tribuna do Ceará, a assessoria
da Secretaria de Segurança Pública do Ceará informou que não comentará as
declarações do presidente do sindicato, por serem um “juízo de valor”. Sobre o
caso de Gaia Molinari, todos os responsáveis pela investigação, vinculados à
Delegacia de Proteção ao Turista, foram orientados a não dar entrevista.
Falta de pessoal
Outro problema apontado pelo presidente do
Sinpol é a falta de profissionais para as investigações. Segundo Gustavo, os
inspetores que deveriam investigar crimes como o do assassinato de Gaia estão
cuidando de presos ou fazendo trabalhos burocráticos nas delegacias.
Assim como a família da turista, o Consulado
Italiano também espera pela prisão do culpado. O vice cônsul Roberto Misici
afirmou que está sempre em contato com a polícia, mas que não há nenhuma
novidade. “A Itália também aguarda uma resposta com relação às investigações,
mas nada foi esclarecido. Quando tento me atualizar com a polícia, não há nada
positivo”, relata.
Fonte: Tribuna do Ceará
2 comentários:
Uma das possibilidades de se chegar ao culpado é que ele seja um serial killer e que haja um flagrante em uma futura tentativa de homicídio.
A prisão fica pra quem morre. Mais. Deus vê tudo ea justiça dele tarda mais chega essa ea mais. Forte luto Gaia. Molinari
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