Crime de latrocínio (roubo seguido de
morte) foi descartado na linha de investigação da Polícia Civil,
Foi liberado ontem, após prestar
depoimento e passar por exames periciais, o homem apontado inicialmente como
suspeito da morte da turista italiana Gaia Barbara Molinari,29, em
Jericoacoara. A Polícia Civil descarta a hipótese de latrocínio (roubo seguido de
morte).
De acordo com informações da Polícia
Civil, a Polícia Militar deteve o suspeito, que foi encaminhado à sede da
Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), onde o caso é investigado. A
delegada-adjunta, Patrícia Bezerra, colheu depoimento dele e de uma testemunha.
O homem ainda foi encaminhado à sede da Perícia Forense, onde realizou exames e
foi liberado. Ainda segundo a Polícia Civil, não existiram indícios suficientes
para a prisão em flagrante.
O advogado Walmir Medeiros, que atende o
vice-consulado italiano em Fortaleza, informou que a família foi comunicada
oficialmente da morte de Gaia. Os parentes devem chegar ao Aeroporto Pinto
Martins de Fortaleza ainda neste sábado (27). A delegada Patrícia Bezerra está
em Jericoacoara e possui um principal suspeito, conforme informou o advogado.
Um funcionário da embaixada em Brasília
foi mandado pelo Ministério das Relações Exteriores para acompanhar o caso. O
resultado do laudo da necropsia foi apresentado ontem pelo médico legista, que
apontou a causa da morte como asfixia por estrangulamento. Gaia apresentava
também marcas de cordas nas mãos, o que indica que foi amarrada. Porém, o corpo
foi encontrado ainda sem rigidez cadavérica, que mostra uma diferença de pouco
tempo entre a morte e o achado de cadáver. A delegada informou que o laudo não
foi concluso em relação a crime de estupro e que foi recolhido material para
análise.
Novo suspeito
A linha de investigação da Polícia Civil
está apontando um outro suspeito, que seria estrangeiro. Porém, a identificação
e o tipo de envolvimento que esse homem teve com Gaia não foram divulgados para
não atrapalhar as investigações. Em seu depoimento, a carioca Mirian França,
que viajou para Jeri com Gaia, teria fornecido aos policiais civis subsídios
para a nova linha de investigação.
Jericoacoara
Em Jericoacoara, os empreendedores se
organizaram em redes sociais para uma pequena homenagem à turista neste sábado
(27). Um dia de silêncio, sem música, em respeito aos familiares da mulher
assassinada. A proprietária da pousada Nova Era, onde Gaia esteve hospedada,
divulgou que a italiana já havia feito o check-out no estabelecimento. Já no
Hostel Refúgio, em Fortaleza, Gaia deveria ter voltado na sexta-feira (25).
Gaia fazia um "mochilão" pela
Europa e também trabalhou com crianças. Ela chegou a Fortaleza por meio de um
site que cadastra pessoas que trabalham em hostel em troca de hospedagem. A
italiana conheceu a carioca Mirian, que estava à passeio em Fortaleza. A nova
colega de Gaia estava hospedada no hostel Refúgio, e comentou que viajaria para
Jericoacoara. A mãe de Mirian viajaria do Rio de Janeiro para Fortaleza, mas
desistiu do passeio, então a carioca chamou Gaia para acompanhá-la. A
hospedagem já estava reservada para um quarto de casal e a italiana não teria
gastos.
Segundo a delegada Patrícia Bezerra,
durante a estada que durou cinco dias, as duas saíram a passeio. As duas haviam
marcado um encontro para embarcarem juntas, mas Gaia não apareceu. Então, a
carioca Mirian teria resolvido viajar até Canoa Quebrada, onde foi localizada
pela Polícia e levada à Deprotur, onde prestou depoimento.
Gaia foi encontrada morta na praia
trajando apenas biquini e com uma mochila que continha uma cópia do passaporte
e chicletes. O corpo apresentava vários hematomas no rosto, pescoço e nas
pernas.
Jéssika Sisnando
Especial para polícia
Fonte: DN
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