Dois jovens foram detidos suspeitos de atirar
contra uma composição da Polícia Militar e ferir um sargento que patrulhava na
área. O crime ocorreu na noite do último domingo (14), na Praça do Abel,
localizada na Rua Santa Elisa, bairro Pirambu.
Os três PMs trabalhavam na praça quando uma
dupla em uma motocicleta passava pelo local e realizou vários disparos em
direção à patrulha. Segundo informações de testemunhas, o piloto estava de
capacete e o passageiro permanecia com a cabeça descoberta enquanto atirava. Os
policiais informaram à reportagem que trabalham na área há mais de seis meses e
é constante o conflito entre grupos rivais da Praça do Abel e da Areia Grossa.
A viatura da Polícia Militar fica em um ponto de fogo cruzado para manter a ordem
entre os conflitantes do bairro.
Após o tiroteio, os outros policiais, que não
foram atingidos, se preocuparam em socorrer o sargento Adalberto Sampaio de
Castro, lotado na 2ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM). Ele foi
encaminhado ao Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro, em uma viatura,
onde foi submetido a uma cirurgia e se recupera sem risco de morrer por conta
do ferimento. A bala atingiu uma brecha entre o cinto e o colete balístico do
sargento.
O serviço reservado do 5º Batalhão da Polícia
Militar identificou dois suspeitos, sendo Danilo Cardoso Marinho, 18, o
'Canudão' e Anderson Rodrigues dos Santos, 19, o 'Shaolim'. As informações
foram obtidas por meio da própria população, segundo o comandante da 3ª Cia do
5º BPM, major PM Océlio Alves. Ambos estavam na comunidade da 'Areia Grossa'
quando foram abordados pela Polícia.
Uniforme do sargento com sangue |
Investigação
O oficial da PM informou que a Polícia trabalhou
durante toda a madrugada no intuito de encontrar os suspeitos e que a maior
dificuldade para identificá-los foi para obter informações com os denunciantes
e por testemunhas. O comandante ressaltou que a maioria das pessoas teme pela
própria vida e não quer se envolver na ocorrência, mesmo sabendo a localização
dos autores dos crimes.
O escrivão-chefe do 7º DP. Rudson Pimenta,
informou que o 'Shaolim' estaria envolvido em mais de sete crimes entre
homicídio e roubo e que a Polícia Civil estaria procurando o rapaz para depor
sobre os casos, mas agora se deparou com o jovem apontado como o autor do atentado
contra os policiais. A dupla teria confessado que o objetivo seria matar um
desafeto, mas os policiais estavam no local.
Um dos PMs que foi vítima do atentado informou
que não conhecia nenhum dos suspeitos e que ambos atiraram sem nenhum motivo.
Ele ressaltou que não houve troca de tiros e a
situação foi rápida. "No momento a nossa preocupação foi socorrer o
sargento. Não conseguimos ver direito o rosto deles nem o modelo da moto, pois
estava muito escuro", comentou o policial, que preferiu não se
identificar.
Sargento na maca esperando atendimento |
Segundo o inspetor-chefe do 7º DP, Marcos
Caetano, os dois suspeitos foram autuados em flagrante pelo crime de tentativa
de homicídio.
O major PM Océlio Alves informou que o
policiamento será mantido na área do Pirambu com o intuito de evitar qualquer
tipo de disputa territorial entre as comunidades da Praça do Abel e da Areia
Grossa.
Praça do Abel
A Praça do Abel é conhecida por ser uma área
violenta e marcada pela briga entre grupos que disputam o tráfico de drogas. E
não é a primeira vez que moradores da área tentam contra a vida dos policiais
militares.
Em matéria do Diário do Nordeste noticiada em
outubro de 2013, o caso de uma composição da Força Tática de Apoio (FTA) que
foi recebida a tiros durante uma operação. Ainda durante a ação da Polícia
foram encontradas armas como uma espingarda calibre 12 e um revólver calibre
38.
Os grupos, segundo a Polícia, escondem armas e
drogas na areia da praia e na água. Aproveitam as barreiras naturais de pedras
e areia para montar espécies de barricadas e inibir a entrada da PM no local.
As Polícias Civil e Militar dizem que, apesar
das operações na área, os grupos rivais continuam se organizando para matar uns
aos outros em decorrência do tráfico de drogas.
Fonte: DN
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