A taxa de homicídios no Estado
aumentou 92,4% no comparativo entre os anos de 2000 e 2010, de acordo a
pesquisa "A singular dinâmica territorial dos homicídios no Brasil nos
anos 2000", divulgada nesta sexta-feira (20), pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea). A taxa coloca o Ceará na 6ª posição, no País, em
número de homicídios registrados durante o período.
Os dados demonstram que, na
comparação entre 2000 e 2010, os maiores aumentos das taxas de homicídio
ocorreram, principalmente, nos estados do Nordeste, liderados pela Bahia, cuja
marca atingiu incríveis 339%. Em seguida aparecem Maranhão (273%), Rio Grande
do Norte (184,6%), Alagoas (160,6%), Paraíba (156,7%), e Ceará.
Em 2000, o número de
assassinatos no Ceará atingiu 16,6 habitantes a cada 100 mil pessoas. Já em
2010, a taxa chegou a 31,8, revelando quase o dobro com relação a 2000,
conforme o estudo.
Apesar disso, a pesquisa
destaca, ainda, que as localidades que estavam entre os mais violentos no
começo da década foram aqueles que conseguiram reduzir a letalidade. No País,
houve redução nas taxas de homicídio em sete estados brasileiros. A lista é encabeçada
por São Paulo, que teve queda de 66,6%, e Rio de Janeiro com 35,4%.
Homicídios crescem nas cidades
pequenas
No Brasil, a taxa de homicídios
nas cidades pequenas (com até 100 mil habitantes) cresceu 52,2% no País. Ao
mesmo tempo, nas cidades grandes (com mais de 500 mil habitantes), houve uma
queda de 26,9%.
Nas cidades médias (com
população entre 100 mil e 500 mil), a taxa cresceu 7,6%. Segundo o coordenador
da pesquisa, Daniel Cerqueira, o crescimento econômico das cidades menores pode
ter atraído atividades ilegais e, consequentemente, a violência.
“A relação entre renda e crime
vai em direções contrárias. Por um lado, quando a renda e a atividade econômica
aumentam numa região, você teria um incentivo a diminuir o crime, porque o
indivíduo tem mais condições de se virar no mercado de trabalho legal. Mas, por
outro lado, quando a renda aumenta em determinada localidade, isso aumenta o
valor dos mercados ilícitos, como o tráfico de drogas, extração de madeira etc.
A gente percebeu claramente que houve uma interiorização do crime no Brasil”,
disse.
Apesar disso, os municípios
grandes ainda tinham uma taxa de homicídios de 35,3 por 100 mil em 2010, quase
duas vezes maior do que nas cidades pequenas (18,6 por 100 mil). Nas cidades
médias, a taxa de homicídios era 34%.
Fonte: DN
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