A implantação de Áreas de Segurança Integrada
(ASI) objetiva reprimir os crimes contra a vida e ao patrimônio.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS) anunciou, ontem, em entrevista coletiva à Imprensa, as novas
estratégias de combate à criminalidade no Estado do Ceará, com o objetivo de
reduzir os altos índices de crimes contra a vida (homicídios e latrocínios) e
contra o patrimônio (roubos e furtos).
O Estado foi dividido em 18 Áreas Integradas de
Segurança (AIS) e, em cada uma delas, um delegado de Polícia Civil e um
comandante de Batalhão da PM serão os ´xerifes´. A eles caberá a tarefa de coordenar
as ações contra a violência. Serão estabelecidas metas e eles serão cobrados.
Na coletiva, o chefe da SSPDS, delegado federal
Servilho de Paiva, voltou a dizer que não tem "vara de condão"´ para
solucionar o problema da Segurança Pública "de uma hora para outra",
mas apresentou dados estatísticos que, segundo ele, projetam para os próximos
meses uma queda nas taxas de crimes em todo o Estado.
Áreas
A cidade de Fortaleza receberá o maior número de
Áreas Integradas de Segurança. A Capital terá seis núcleos, onde, em cada uma
delas uma delegacia seccional vai coordenar as ações da Polícia Civil. São
elas, 2º DP (Meireles), 5º DP (Parangaba), 6º DP (Messejana), 12º DP (Conjunto
Ceará), 34º DP (Centro) e a Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), que, a
partir de janeiro, funcionará em plantão de 24 horas. A Especializada será a
responsável pelo registro e investigações de crimes em toda a orla marítima da
Capital, desde a Sabiaguaba até a Barra do Ceará.
O trabalho será conjunto entre PM e a Polícia
Civil. A Primeira Área Integrada de Segurança, por exemplo, vai unir em
operações os efetivos do 5º BPM, do Ronda do Quarteirão e de quatro delegacias,
1º DP (Monte Castelo), 3º DP (Otávio Bonfim), 7º DP (Pirambu), 33º DP
(Goiabeiras) e o 34º DP (Centro).
As ações serão coordenadas pelo titular da
seccional do Centro, delegado Romério Almeida, e pelo tenente-coronel Francisco
Souto, comandante do 5º BPM. A mesma situação se repete nas outras cinco áreas
da Capital e nas demais áreas, sendo duas abrangendo a região metropolitana e
oito no Interior do Estado.
Concentração
Segundo Servilho de Paiva, em seis das 18 áreas,
há uma concentração de até 65 por cento das ocorrências de crimes contra a vida
e ao patrimônio. Nesses núcleos haverá um trabalho de maior intensidade, com
ações policiais de forma ostensiva e de Polícia Judiciária, com pedidos de mandados
de buscas e apreensão e de prisões, por exemplo. "Quem (o policial) que
está trabalhando numa área, sabe quem está matando e quem está roubando
ali", disse o titular da SSPDS aos jornalistas.
O secretário ressaltou que a fixação de metas
vai também permitir uma recompensa financeira sobre quem trabalhar em cada uma
das áreas. Sobre o montante disponibilizado para isso ele falou de "alguns
milhões".
Haverá reuniões sistemáticas entre o secretário
e os titulares das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros como os
´xerifes´ das áreas. Serão encontros semanais e as avaliações sobre o
desempenho de cada setor serão bimestrais e o pagamento das gratificações à
cada trimestre. Conforme Paiva, nas avaliações podem ocorrer
"reajustes".
Secretaria adotará novo parâmetro na estatística
Na coletiva de Imprensa, Servilho de Paiva
anunciou também uma reformulação na metodologia de construção dos índices
criminais no Estado. A partir de agora, a SSPDS vai seguir o padrão recomendado
pelo Ministério da Justiça, através de sua Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp), e passa a adotar como contagem dos índices dos mortes
violentas o parâmetro Crimes Contra a Vida, Letais e Intencionais (CVLI).
Desse modo, não apenas os homicídios farão parte
da estatística das mortes violentas (crimes contra a vida). Nela estarão também
presentes os latrocínios (antes era considerados crimes contra o patrimônio) e
as lesões corporais seguidas de morte (pessoas que morrem posteriormente às
agressões sofridas).
Projeção
O secretário revelou, ainda, que os indicativos
apontam para uma queda nos números de CVLI, com projeção de 19,86 por cento de
redução no último trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. De
janeiro a novembro, o Ceará registrou o total de 4.083 homicídios/mês e,
segundo as projeções, fechará 2013 com cerca de 4,4 mil casos.
O mês com maior registro de assassinatos no
Estado foi setembro, com 450. Em outubro, esse patamar caiu para 437 e em
novembro foram 390. A redução entre setembro e outubro foi de 2,89 por cento.
Entre outubro e novembro a queda chegou a 10,76 por cento. Para dezembro, a
projeção é de uma diminuição da ordem de 6,21 por cento em relação a novembro,
o que resultaria na queda de 19,86 no último trimestre de 2013.
O secretário aproveitou para revelar que, em
2014, ano da Copa do Mundo, a PM receberá mais 1.100 novos homens.
FERNANDO RIBEIRO/EDITOR DE POLÍCIA
Fonte: DN
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