2 de julho de 2013

NA ONDA DAS MANIFESTAÇÕES, DETENTOS CRIAM TUMULTO EM CADEIA E APRESENTAM PAUTA DE REIVINDICAÇÕES.

Um princípio de tumulto foi registrado na manhã desta terça-feira na cadeia pública de Juazeiro do Norte com a suposta intenção por parte dos amotinados de apresentarem uma pauta de reivindicação à direção do cárcere. Um detento teria lesionado levemente um agente prisional que deixou a cadeia para atendimento ambulatorial no Hospital Tasso Jereissati. Há informações ainda de que um interno saiu ferido, mas sem a necessidade de atendimento fora da cadeia.

Tudo começou ao final do banho de sol e populares que passavam nas imediações do cárcere disseram ter ouvido um estampido de arma de fogo. Provavelmente com a intenção de intimidar e conter os ânimos exaltados no interior do presídio. O motim foi controlado em pouco tempo com a chegada de reforço policial aproveitando para uma revista nas celas. Há informações de que foram encontrados alguns cossocos, celulares e até um cachimbo para uso de crack.

Logo depois que tudo foi contornado, a direção da cadeia se reuniu e passou a ouvir alguns detentos, possivelmente sobre os pleitos dos internos a fim de avaliar a possibilidade de atender algumas das reivindicações. Surgiram informações de que uma delas seria a transferência de alguns detentos para a Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (PIRC), a fim de desafogar mais a cadeia pública. Todavia, a direção do cárcere não quis se pronunciar sobre o assunto.





Em abril deste ano, uma portaria baixada pelo juiz das execuções penais da 2ª vara de Juazeiro do Norte, Péricles Falcão de Oliveira, limitou o número de vagas para detentos na cadeia pública. Após a reforma, a capacidade ficou em 80 presos do sexo masculino e 28 do sexo feminino, mas o despacho do magistrado permite o recebimento de até 100 homens e 35 mulheres em regime fechado. Na rebelião promovida no dia 21 de janeiro, ali estavam recolhidos 159 detentos.

Após o motim, a Secretaria de Justiça do Ceará aproveitou o esvaziamento do cárcere para executar obras de recuperação. Uma parte dos detentos foi recambiada para o novo presídio de Crato e outra levada para presídios de Fortaleza. As obras já foram concluídas e, co m a determinação judicial, nem todos os detentos levados à Fortaleza retornaram causando revolta de familiares.

Atualmente, a capacidade já está comprometida mesmo com a ausência destes. O problema cresce com as prisões do dia a dia por crimes de tráfico de drogas, roubos, furtos, lesões corporais e outros uma situação que cria entraves até na carceragem da 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil. Ali, devem ser apenas prisões correcionais ou detentos que aguardam chamamento do delegado para depor. Todavia, está igualmente lotada.

Fonte: Miséria

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