1 de setembro de 2012

CINCO DELEGADOS SERÃO INVESTIGADOS POR IRREGULARIDADES.

Cinco delegados e oito servidores que passaram pelo 30º Distrito Policial (DP), no Conjunto São Cristóvão, entre o ano de 2008 e 2012, estão sendo alvos de um processo administrativo disciplinar instaurado no último dia 29 pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD).
O processo é resultado de inspeção realizada no 30º DP no mês de julho. Durante a ação, foram encontradas 110 armas e drogas sem vínculo com processos e inquéritos, assim como documentos irregulares.

Se forem considerados culpados, os profissionais podem ser demitidos da corporação.

As portarias do CGD, a que O POVO teve acesso, apontam que documentos encontrados na delegacia deveriam ter sido encaminhados ao Poder Judiciário e/ou anexados aos respectivos procedimentos policiais em andamento.

Segundo as portarias da Controladoria, as condutas dos servidores feriram os deveres dos policiais civis, incluindo transgressões disciplinares de quarto grau, que resultam em demissões. O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpoci) indicou que entrará com mandado de segurança contra as portarias na próxima semana, por meio de sua assessoria jurídica.

Um das servidores que consta no processo administrativo disse que recebeu a notícia do processo com “dignidade e revolta”. “Passo anos trabalhando, vestindo a camisa da Polícia Civil e me deparo com isso? A Secretaria (da Segurança Pública) sempre soube dos problemas enfrentados, com inquérito que não era encaminhado, efetivo reduzido. E, agora, estamos correndo o risco de ser expulsos. O problema não é de agora”, comentou.

Contingente reduzido

Para Inês Romero, presidente do Sinpoci, o processo é hipócrita, pois a Polícia Civil foi estrangulada e, agora, processam os profissionais que não têm como realizar o trabalho pelas deficiências no contingente.

De acordo com ela, os encaminhamentos (de armas, drogas e documentos) não são feitos por falta de pessoal e tempo hábil, uma vez que os policias civis desempenham diversas funções que não são deles. E isso seria uma realidade em todas as delegacias. Inês apontou que 98% dos Boletins de Ocorrência (B.Os) sobre roubos registrados em delegacias não se tornam inquéritos policiais, justamente pela falta de pessoal. “A gente paga um preço por terem massacrado a Polícia Civil”.

A assessoria de imprensa da CGD informou que serão 120 dias para concluir o processo a partir da data de instauração. Nenhuma declaração poderia ser dada pelo órgão para evitar pré-julgamentos, explicou a assessoria.

O POVO ligou oito vezes para o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, mas não obteve resposta. A assessoria de imprensa da Polícia Civil também foi procurada para comentar o processo administrativo disciplinar, mas indicou que Dantas estava envolvido na investigação da morte de um policial e não estaria disponível.
 
O POVO opta por não divulgar os nomes dos 13 envolvidos no processo porque ele ainda está em andamento.
 
Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Em julho de 2012, uma inspeção realizada no 30º DP pela Controladoria Geral de Disciplina encontrou irregularidades no distrito. Foi aberto processo administrativo disciplinar contra os servidores.

Fonte: O POVO

2 comentários:

Anônimo disse...

Rapaz, essa história da falta de pessoal e falta de condição de trabalho é um problema sério, desgastante e velho, posto que o governo quer sair bonitinho na fita mas nunca havia dado a devida importância aos órgãos de segurança pública. E agora querer responsabilizar as pessoas por erros grotescos do por parte da máquina estatal. Doutro lado, os delegados que investigam essa problemática também são funcionários subordinados e precisam concluir seus trabalhos com isenção, porém, acredito que os delegados encarregados da apuração deveram apontar que o erro ou a falha não é de forma alguma dos investigados e sim de uma falta de estrutura e mecanismos adequados para conclusões de processos que se arrastavam por lá e por todas as delegacias do Ceará. Também, enquanto o governo está preocupado em investigar essas pequenas milhadas de nada, o governo deveria dar andamento eficiente aos inquéritos que estão em andamento. Essa é a verdade! A questão da desorganização vista até agora, digo e repito, não é de agora, porém é antológica, sociológica, estrutural e que tem atingido até a pessoalidade das pessoas que fazem segurança pública de forma em geral, porque moro em Camocim-Ce, e quantas vezes não já vimos policiais civis trabalharem em seus próprios veículos porque não tinham viatura, porque não faz quatro anos que o governos começou a modernizar as polícias cerense não. Saudações.

chico gomes disse...

Aqui em Iguatu não é diferente, a sorte é que temos um delegado de ação e boa equipe. Porém o prédio está "caindo", o governo já prometeu vária vezes construir uma nova, inclusive a Prefeitura já disponibilizou terreno e nada ... não existe veículos, número reduzido de pessoal. Para os internautas terem uma ideia do DESCASO DO GOVERNO , a alguns meses a equipe chegou a usas uma "carroça" p/transportar processos para o Forum ... é o fim da picada!