8 de dezembro de 2011

EX-CAPITÃO NO BANCO DOS RÉUS.

O júri teve início na manhã de ontem e a sentença estava prevista para ser anunciada na madrugada desta quinta
Expectativa e clamor por justiça marcaram, ontem, o início do julgamento do ex-capitão da Polícia Militar do Ceará, Daniel Gomes Bezerra, acusado de matar os irmãos Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira, médicos residentes, na cidade de Iguatu, em março de 2007. O Júri começou às 10 horas e a previsão é de que só terminaria na madrugada desta quinta-feira.
Logo cedo, os amigos e familiares das vítimas abriram faixas na entrada principal do Fórum Clóvis Beviláqua, no bairro Água Fria, pedindo justiça. Fotos dos dois rapazes assassinados ilustravam os cartazes, bem como as camisetas pretas vestidas pelos parentes e amigos.

A sessão foi iniciada com a escolha dos sete componentes do Conselho de Sentença e seguiu durante todo o dia com o depoimento de nove testemunhas, de defesa e acusação. Somente à noite, já por volta de 21 horas, após o longo interrogatório do réu, a juíza de Direito presidente do Júri, Danielle Pontes de Arruda Pinheiro, autorizou o início dos debates entre defesa e acusação.

Depoimento
No decorrer da tarde, o depoimento considerado mais importante foi prestado perante a juíza pelo tenente-coronel PM Geovane Mendonça Guedes Alcoforado. Ele havia sido convocado pela defesa do réu a depor no Júri, na semana passada, mas não compareceu ao Fórum. Ontem, logo no início de suas declarações perante os jurados, o oficial explicou que faltou à sessão por estar doente. Apresentou documentos comprovando sua impossibilidade de comparecer a audiência.

Na época do crime, o tenente-coronel era o comandante da Companhia da PM de Iguatu e, portanto, superior imediato do então capitão Bezerra, que chefiava o destacamento da Corporação na cidade de Mombaça, terra natal dos dois jovens assassinados. O pai deles, o também médico Nelson Teixeira, é ex-prefeito daquele Município.

O militar buscou desmentir boatos de que Bezerra teria fugido de Iguatu, logo após o crime, com a ajuda de colegas de farda, seus subalternos. "Estava em casa, dormindo, quando recebi uma ligação dando conta do que havia acontecido (o crime). Então, tomei as providências imediatas. Determinei que uma viatura fizesse o isolamento no local do crime e a outra saísse em diligências para localizar o capitão", sustentou Alcoforado.

Também prestaram declarações testemunhas oculares do fato, como o garçom que serviu bebida ao militar, momentos antes do duplo assassinato, e um churrasqueiro que teria apartado a briga do oficial com os dois jovens. Eles depuseram como testemunhas da acusação.

Pela defesa, além do tenente-coronel Alcoforado, foram ouvidos outros policiais militares.

O advogado de defesa do ex-PM, Delano Cruz, informou que, no decorrer dos debates, iria apresentar três linhas de argumentação na tentativa de absolver o militar.

"A primeira tese é a da legítima defesa; a segunda, de homicídio privilegiado pela violenta emoção em razão de injusta provocação das vítimas; e, por último, a desclassificação para homicídio simples", disse Delano. Mas avisou aos jornalistas: "Teremos uma surpresa".

Já a acusação também apresentava tranquilidade. O criminalista Paulo Quezado, assistente da acusação, demonstrava confiança na condenação do ex-militar. Ao seu lado, na mesma tribuna estava o experiente promotor de Justiça Francisco Marques Lima, representante do Ministério Público Estadual.

Condenação
Baseados nas provas do processo, Lima e Quezado sustentaram a tese de duplo homicídio qualificado, com pena máxima de 60 anos de prisão.

PROTAGONISTA
O réu
Daniel Gomes Bezerra
O ex-capitão da PM está preso desde o dia do crime, quando teve a custódia preventiva decretada pela Justiça de Iguatu. Bezerra permanece recolhido numa cela no Quartel do Batalhão de Polícia de Choque, nesta Capital. O crime ocorreu na madrugada do dia 17 de março de 2007. Com um revólver de calibre 38, ele assassinou os irmãos Marcelo e Leonardo Moreno.

Fonte: DN
CAMOCIM POLÍCIA 24HS


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