A iniciativa soltou 231 pessoas e determinou
medidas cautelares, que são cumpridas fora da prisão, para outras 47
A Vara Única de Audiências de Custódia de
Fortaleza, que começou a funcionar em agosto de 2015, já teve que passar por um
mutirão, que foi realizado entre os dias 15 de fevereiro e 4 de março. Os
resultados da iniciativa foram divulgados, ontem, pelo Tribunal de Justiça do
Ceará (TJCE). De acordo com a Instituição, durante a ação para agilizar as
audiências, 669 pessoas presas em flagrante pela Polícia estiveram na presença
de um magistrado e 41 % delas foram liberadas. Destas, 231 foram efetivamente
soltas e 47 sentenciadas a alguma medida cautelar, que é cumprida fora da
prisão. As 331 pessoas restantes foram presas preventivamente.
A proposta inicial era que fosse criada uma
Vara de Audiências de Custódia que deveria oferecer em 24h o primeiro contato
do magistrado com a pessoa presa em flagrante. No entanto, a demanda foi maior
do que os quatro juízes efetivos na unidade puderam atender. Segundo o TJCE,
antes da mobilização havia 318 autos de prisão em flagrante a serem analisados.
O mutirão contou com a atuação de três
magistrados a mais do que os que trabalham atualmente no projeto. A segurança
interna e a escolta dos autuados que estiveram no Fórum Clóvis Bevilaqua foram
reforçadas.
Conforme informou o TJCE, a mobilização
conseguiu acabar com a demanda reprimida e diminuiu o tempo da realização da
audiência dos presos em flagrante, para até cinco dias após a detenção
realizada pela Polícia. A meta da Vara continua sendo a inicial, de encurtar
ainda mais esse prazo, chegando a 24 horas.
A juíza responsável pela Vara Única das
Audiências de Custódia, Marlúcia de Araújo Bezerra, considerou os números do
mutirão como positivos. A magistrada disse que a iniciativa foi possível graças
à integração de diversas instituições.
"Os números do mutirão foram muito
positivos. Creio que conseguimos atingir o nosso objetivo, que era desafogar o
número de autos que estavam na fila de espera. Todo esse sucesso se deve às
pessoas que estiveram envolvidas na força-tarefa".
A promotora de Justiça, Yhaskara Lacerda
Cabral, da Vara de Audiências de Custódia, disse que o Ministério Público do
Estado do Ceará (MPCE) está atento e tem interposto recursos contra as decisões
dos magistrados de 1ª Instância, quando existe divergência. Ela disse que a
proposta está em fase inicial e ainda não pode ser avaliada.
Gargalos
O coordenador do Núcleo de Segurança
Institucional do MPE, promotor de Justiça Nélson Gesteira, disse que desde o
início alerta sobre a falta de estrutura para a implementação do projeto e
afirma que outros gargalos, que retardarão a finalização dos processos, estão
sendo criados.
"O objetivo das Audiências de Custódia é
muito bom. É corretíssimo que o preso seja levado à presença de um juiz no
menor tempo possível. O problema é que temos 17 Varas Criminais e num mutirão
como esse ocupam sete juízes, sete promotores e sete defensores públicos. É boa
parte da força de trabalho disponível, apenas para decidir se o acusado entra
ou não no Sistema Prisional", afirmou Gesteira.
O promotor lembra que mesmo quem é liberado
continua processado e ressalta que não há gente suficiente para manter esses
processos. "Vara de Custódia não julga, nem sentencia ninguém. O que vai
acontecer é que a demanda reprimida vai chegar nas Varas do Júri, que levarão
um tempo grande para concluir esses processos, que acabarão prescrevendo. O
sistema precisa de ajustes e organização", disse.
Fonte: DN
4 comentários:
Olha parabéns aos magistrados e os promotores cópia camocim,
Parabens mesmo, so assim o povo bem q se lasque.
Parabéns à esses magistrados,tem umas pessoas que foram presas por preventiva no dia 07 de março e tão até hoje sem serem julgados no interior do Ceará
O país um CAOS, e os caras preocupados com bandido.
Está explicado, só pode ser no Ceará. Coisa típica do governo PTista.
Vergonha de ser Cearense.
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