Dados fazem parte de
anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Fortaleza tem a maior taxa de
crimes violentos; São Paulo, a menor.
Uma pessoa é
assassinada a cada meia hora, em média, nas capitais do país. É o que mostram
dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública referentes a 2014. Os números
constam do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que está em fase de
conclusão.
De acordo com o
anuário, houve 15.932 mortes decorrentes de crimes violentos intencionais
(homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios) nas 27
capitais no ano passado – o que equivale a uma vítima a cada 30 minutos
aproximadamente.
Juntas, as capitais
registraram uma taxa média de 33 mortes violentas a cada 100 mil habitantes em
2014. Fortaleza (CE) é a que tem o maior índice (77,3) e São Paulo (SP), o
menor (11,4).
Para a Organização
Mundial da Saúde (OMS), locais com índices iguais ou superiores a 10 são tidos
como zonas endêmicas de violência – todas as capitais podem ser incluídas nessa
classificação.
A diretora-executiva
do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, diz que o quadro é
bastante preocupante. “Os dados revelam as dificuldades encontradas no
enfrentamento da violência letal nos grandes centros urbanos.”
Ela ressalta, no
entanto, que há disparidades regionais. “O Brasil tem experiências de sucesso,
como São Paulo, que desde o início dos anos 2000 tem apresentado uma redução
expressiva das taxas de homicídio, o Rio de Janeiro, com as UPPs, e Pernambuco,
por exemplo. Só que essas experiências localizadas acabam anuladas pelo aumento
em outras."
"Fortaleza é um
exemplo de um quadro muito grave de violência, que infelizmente a gente não tem
tido sucesso em enfrentar. A taxa permanece praticamente idêntica ao longo dos
anos e elevada”, afirma Samira.
A Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, afirmou, por meio de nota, que
conseguiu parar a curva de crescimento de crimes violentos no estado, como
homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, neste ano. A
mudança ocorreu devido ao Programa em Defesa da Vida, segundo a secretaria.
"A consolidação
do Programa no início de 2015 possibilitou que, no acumulado dos oito primeiros
meses deste ano, Fortaleza registre queda [nos crimes violentos] de 19,3%,
passando de 1.372 casos, em 2014, para 1.107 em 2015. São 265 óbitos a menos no
período", diz a nota. "A queda é resultado da integração entre as
forças de segurança [...]; do trabalho das polícias focado nas áreas, horários
e dias que apresentam maiores taxas de crimes, com base em análises
estatísticas e criminais; dos levantamentos realizados pelas áreas de
inteligência; da interiorização de serviços especializados das polícias; entre
outras iniciativas."
É a primeira vez que
o fórum realiza um levantamento focado nas capitais brasileiras. Os dados foram
obtidos por meio de solicitações às secretariais estaduais da Segurança Pública
com base na Lei de Acesso à Informação e por meio de cruzamento de informações
disponibilizadas pelos órgãos na web.
Homicídios, lesões e
latrocínios
Fortaleza aparece no
topo do ranking de crimes violentos em razão principalmente do número de
homicídios. A cidade tem o maior número absoluto de assassinatos do país
(1.930) e, consequentemente, a maior taxa (75 a cada 100 mil).
Já São Luís (MA) é a
capital com o maior número absoluto de lesões corporais seguidas de morte (35)
e, por isso, detém também a maior taxa (3,3 a cada 100 mil).
Aracaju (SE) aparece
na primeira posição com relação aos latrocínios (os roubos seguidos de morte).
A cidade tem um índice de 5,3 mortes a cada 100 mil habitantes.
Campo Grande (MS) é a
capital com a maior variação na taxa de crimes violentos intencionais de 2013
para 2014: 36,5% de aumento. A cidade, no entanto, ainda possui o quarto menor
índice do país.
As secretarias de
Segurança Pública do Maranhão, Sergipe e Mato Grosso do Sul foram procuradas
pelo G1 para comentar os dados, mas ainda não responderam.
Fonte: G1Ce
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