9 de julho de 2015

CEARÁ: POLÍCIA PRENDE 18 HOMENS POR ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS.

Uma operação que reuniu 82 policiais civis, ontem, resultou na prisão de 18 homens em quatro cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), incluindo a Capital cearense. Os presos são acusados de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Os trabalhos, intitulados de 'Operação Lascívia', visavam cumprir ao todo 25 mandados de prisão expedidos pela 12ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza. Destes, 18 foram localizados. Um homem já está morto e outros seis estão foragidos. As investigações envolvem casos que deram entrada na Delegacia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescentes (Dececa) desde 2012. Os presos, que têm entre 21 anos e 61 anos, não tinham ligação entre si e, nos casos de abuso sexual, muitas vezes, a agressão ocorria no próprio ambiente familiar.
Eles foram conduzidos à sede da Decap, onde aguardam transferência para o Sistema Penitenciário. As prisões foram realizadas em Caucaia, Cascavel e Pacatuba, na RMF, e nos bairros Água Fria, Barra do Ceará, Bom Jardim, Conjunto Ceará, Edson Queiroz, Genibaú, Granja Portugal, Jardim Guanabara, Jóquei Clube, Mondubim, Montese, Pici e Rodolfo Teófilo, na Capital. Além da Dececa, responsável pelos inquéritos, participaram da operação policiais civis das Delegacias de Capturas e Polinter (Decap), Proteção ao Turista (Deprotur) e da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas. Na tarde de ontem, a Polícia apresentou o balanço final da operação em entrevista coletiva concedida na sede da Deprotur, na Aldeota. A titular da unidade, delegada Adriana Arruda, destacou o trabalho conjunto. "A operação foi planejada inicialmente pela Delegacia de Capturas, que tinha por objetivo cumprir os mandados de prisão contra estupradores. Os inspetores pediram apoio da Deprotur, e ambos fizeram o planejamento. Foi levada a ideia ao delegado geral (Andrade Júnior), e nisso entrou a Divisão de Combate ao Tráfico, que deu apoio e coordenou, além da Dececa, que foi quem fez os inquéritos", explicou. 

Impactos do crime 

A delegada titular da Dececa, Ivana Timbó, comemorou o resultado da operação. "Parabenizamos a iniciativa da Delegacia de Capturas, pois a Dececa sozinha não teria condições de cumprir esses mandados. Esperamos que outras operações possam ser repetidas". Ivana Timbó ainda ressaltou o impacto que o crime sexual causa nas vítimas, em especial por se tratar de crianças e adolescentes. Segundo ela, a denúncia é fundamental para que tais crimes não fiquem impunes. "A violência sexual, em grande parte, acontece na própria família, na convivência familiar. Quem são esses ofensores? São os pais, padrastos, tios. Pessoas que estão bem próximas à vítima. Às vezes, são crianças de tenra idade. É um trabalho bastante delicado e que não pode parar. Um trabalho difícil pois nem sempre os familiares das vítimas colaboram. Existe uma tendência grande de os familiares não acreditarem, a menos que sejam pegos no flagrante". Na madrugada Os policiais se reuniram às 4h30 de ontem para que as instruções dos trabalhos fossem passadas. Às 6h, dividiram­-se, buscando os endereços informados. O diretor da Divisão de Combate ao Tráfico, Sérgio Pereira, relatou que, em alguns casos, os agentes precisaram ir a três endereços diferentes para encontrar e prender os acusados. A diretora ­adjunta da Decap, delegada Fabiane Rocha, informou que alguns dos homens presos já respondem por outros crimes. "Alguns dos presos são homicidas, respondem por porte de arma de fogo, tráfico de drogas", detalhou. Lascívia Conforme a delegada Ivana Timbó, os trabalhos foram batizados de 'Operação Lascívia' a partir da própria definição do vocábulo no dicionário. São "pessoas que tem propensão à luxúria, sensualidade exagerada, lubricidade", explicou. A Polícia informou que os nomes dos 18 presos, bem como dos demais alvos da operação que não foram localizados, não são divulgados como forma de preservar as vítimas e suas famílias. "Muitos dos que foram presos são pais, tios, irmãos, vizinhos das crianças e adolescentes. Para denunciar esse crime, procurem a Dececa ou liguem para o número 100", reforçou Ivana Timbó. 

Fonte: DN

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