26 de novembro de 2014

REFLEXÃO!!! POLICIAL NÃO É PARA SER QUERIDO

Muito tem se investido na intenção de tornar amigável a figura do policial militar junto à sociedade. É válido apostar em iniciativas que apresentem uma boa imagem em escolas, feiras, exposições, através de iniciativas na área cultural, social, do esporte, entre outras. Mas, apesar do empenho nessas frentes, deve-se ter em mente que os policiais não foram feitos para serem adorados por todos.                          
Nos conflitos da infância, há vários momentos em que a criança desenvolve, ainda que momentaneamente, um sentimento ruim ante seus pais, cuidadores ou quaisquer outros responsáveis pela sua tutela. Na adolescência, muitos são os conflitos com os funcionários que controlam a disciplina no ambiente escolar. Na juventude e idade adulta, é a vez da Polícia fazer o papel de freio e arcar com o dissabor de ser malquista por cumprir tal missão.

Todo ser humano deseja ser dono de si, gozar da plenitude do discernimento, sendo soberano em suas liberdades e senhor das razões. Porém, a autoridade policial aparece justamente no instante em que é necessário estabelecer um limite, que necessariamente deve ser observado, ainda que para isso a coerção seja aplicada mediante uso da força.

Quando o guarda intercepta um veículo para checagem de documentos, é natural que o condutor se sinta incomodado pela interrupção da ação que praticava sem desejar ser interrompido. O jovem não gosta de prestar declarações sobre as motivações de suas atitudes em determinado local, mulheres ficam descontentes com vistorias feitas na intimidade de suas bolsas. É para essas e outras missões incômodas que os policiais são preparados e destinados.

Daí a necessidade de aceitar que, a despeito da importância de praticar ações comunitárias visando uma identidade de polícia cidadã, o agente da lei representa um incômodo na psicologia de cada indivíduo. À medida que ele é investido de certa autoridade, colocando-o relativamente em situação superior no âmbito de suas ações, isso provoca naquele que se subordina uma inquietação desconfortável.

Há de se ter maturidade e mediar esse conflito subconsciente de forma razoável, preservando uma boa relação interpessoal. Delira quem supõe que chegará o dia em que todos serão só sorrisos ao ver um policial, e também equivoca-se aquele que assume uma postura que justifique a repulsa constante da população. A Polícia está nas ruas para ser chata, estabelecer limites e restringir liberdades. Um senso claro relativo à supremacia do interesse público sobre o privado é necessária para facilitar a aceitação da condição que se apresenta para as partes.

Autor:  Victor Fonseca/Tenente da Polícia Militar da Bahia e estudante de Jornalismo

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente matéria.
De fato, eis aí um esboço do contrato social advindo da filosofia de Jean-Jaques Rousseau e do Espírito das Leis de Montesquieu.

Pois os órgãos de segurança pública não poderiam exercer seu mister, pedindo licença, lhes convidando ou dizendo vamos a delegacia por favor, pois, se assim fosse não haveria êxito nenhum em suas funções.

Mas a ordem deve ser efetivada muitas vezes mediante certos constrangimentos, porque se não queremos ser constrangidos, pois, que andemos na linha respeitando os bons costumes e as legislações vigentes e como bom cidadão respeitar o trabalho policial que é árduo e essencial à sociedade(coletividade), à soberania, à paz e à fraternidade.

Parabéns pela matéria.

Anônimo disse...

Algumas pessoas tem medo da PM simplesmente porque seus pais falam assim pra eles: "pare de fazer bagunça, senão vou chamar a polícia pra te levar" ou então, quando um policial fardado ou uma viatura, passa por uma mãe com seu filho que não quer obedecer as ordens dela, essa mesma mãe diz:"Tá vendo a polícia alí ou tu me obedece ou eu chamo eles pra te prender" Moral da história: Os pais não devem promover esse tipo de ação contra seus filhos, por que quando eles crescem, eles vão demonstrar isso que seus pais os ensinaram inconscientemente quando estiverem na presença de policiais. Então pais, parem de ensinar seus filhos a odiarem as polícias.