
Um projeto de lei de autoria de um parlamentar
cearense será apreciado nos próximos meses na Câmara de Deputados tornando mais
rígida a punição aos criminosos reincidentes no Brasil.
O deputado federal Danilo Forte, autor da
iniciativa, propôs uma alteração no decreto-lei de número 3.689, de 3 de
outubro de 1941, o nosso "velho" Código de Processo Penal (CPP). Ele
seria acrescido do artigo 312-A.
Preventiva
O projeto impõe decretação de prisão preventiva
em caso de reincidência na prática de crimes dolosos contra a vida, isto é,
homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte).
Segundo a redação do artigo previsto no projeto
de lei, "a prisão preventiva deve ser decretada quando houver prova de
existência de crime doloso contra a vida e indício suficiente de autoria e o
agente já tiver sido condenado por outro crime desta espécie, com sentença
transitada em julgado".
E diz ainda em seu parágrafo único: "a
prisão preventiva decretada com base na hipótese prevista no caput não será
revogada, exceto se houver modificação de suas condicionantes".
Conforme o parlamentar, a media visa conferir
maior segurança à sociedade, e, especialmente, aos familiares de vítimas de
crimes dolosos, que passam a se sentir amedrontados com a soltura do
investigado, assim como as testemunhas que, com receio do criminoso, se omitem
em colaborar com a investigação. "A facilidade com que se revogam prisões
no Brasil, em face da permissividade da lei, cria situações em que indivíduos,
já condenados anteriormente, voltam a praticar o mesmo crime, deixando a
sociedade perplexa e, sobretudo, indefesa", disse o deputado,
Descrença
Danilo Forte acrescenta que, o projeto visa
manter a prisão indefinidamente, exceto se houver modificação de suas
condicionantes, ou seja, se a existência do crime ou o indício de autoria que
recai sobre o suspeito forem afastados.
"Vivemos uma situação em que a sociedade se
encontra descrente do poder do Estado em oferecer segurança. Desse sentimento,
que é gestado em face da impunidade, do 'prende e solta', caminhamos para
alternativas perigosas ao estado democrático de direito".
Diante do quadro de impunidade, com a soltura de
criminosos reincidentes, a população passa a utilizar mecanismos extraoficiais
para buscar "fazer justiça com as próprias mãos". Surgem, então,
grupos paralelos, como justiceiros, que tratam de eliminar delinquentes
reincidentes e com passagens nos presídios. O deputado Danilo Forte, no
entanto, ressalta, "grupos de justiceiros em lugar nenhum do mundo
solucionaram o problema da violência. Pelo contrário, aumentaram o fenômeno e
causaram mais mal à sociedade", destaca o parlamentar.
O projeto de lei não tem ainda data para ser
votado, mas já tem obtido repercussão, diante do aumento da violência
patrocinada por grupos de delinquentes com extensa ficha de crimes. A
reincidência penal é um dos principais desafios para as autoridades brasileiras
da Justiça, do Ministério Público e da Segurança Pública.
Provisórios
No Ceará, a massa carcerária atual está próxima
de atingir 19 mil pessoas. Praticamente todas as unidades penitenciárias estão
com superlotação. E o pior, segundo dados da Secretaria da Justiça e da
Cidadania (Sejus), cerca de 67 por cento dessa massa humana é formada por
presos provisórios, isto é, detentos que tiveram prisões cautelares (provisória
ou preventiva) decretadas pela Justiça e esperam o julgamento de seus
processos.
Esta superlotação também se repete nos
organismos policiais. Delegacias da Polícia Civil em todo o estado, mas
principalmente da Capital e sua Região Metropolitana, estão abarrotadas de
presos que já são fichados no Sistema Penal. Criminosos reincidentes que foram
presos, tiveram a custódia revogada ou relaxada pela Justiça, e voltaram a
delinquir.
Autoridades policiais também falam dos altos
índices de reincidência. "Bandidos são presos e soltos rapidamente. Esse
vai-e-vem de delinquentes nas ruas e nas prisões só aumenta a sensação de
impunidade no País", diz um delegado.
FIQUE POR DENTRO
Reincidência penal alimenta a criminalidade
A reincidência penal é um dos grandes
motivadores da escalada da violência no País. No Ceará, a situação não é
diferente. Centenas de réus já têm antecedentes criminais e estão em liberdade,
mesmo sendo acusados de crimes violentos como aqueles dolosos contra a vida. O
projeto do deputado federal cearense Danilo Forte prevê uma alteração no Código
Penal, determinando que a prisão preventiva seja decretada sempre que houver
prova da existência de crime dolosos contra a vida e indício suficiente de
autoria e o agente já tiver sido condenado por outro crime da mesma espécie,
com sentença transitada em julgado, isto, é, a condenação seja definitiva, sem
possibilidade de recursos. O projeto não tem data ainda para ser votado.
Fernando Ribeiro/Editor de policia
Fonte: DN
Um comentário:
O DEPUTADO ESTÁ DE PARABÉNS. TOMARA A EMENDA SEJA APROVADA. CHIBATA NOS
MARGINAIS, POLÍCIA.
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