4 de setembro de 2012

BOPE GANHARÁ CAPACETE COM MECANISMO DE RESFRIAMENTO.

É uma pena que as polícias brasileiras sejam tão avessas a receber cooperações acadêmico-científicas em seus procedimentos e estruturas, garantindo avanços técnicos que, sem o apoio de universidades e estudiosos, custariam bastante caro ao Estado. O exemplo abaixo mostra que é, sim, possível evoluir no desenvolvimento de instrumentos de trabalho que diminuam o risco da atividade policial, algo que certamente será visto pela tropa como uma preocupação com as pessoas, e pelo cidadão comum como um sinal de profissionalização:


Os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão contar com uma proteção a mais em suas atividades de risco. O neurocientista Renato Rozental vai adaptar um dispositivo de resfriamento cerebral aos capacetes usados pelos policiais. Desenvolvido após 20 anos de pesquisa acadêmica, o protótipo impede que as lesões no cérebro aumentem, dando mais tempo para a transferência e socorro adequado ao policial atingido. O acordo de cooperação técnico-científica foi assinado, em agosto, com o comando da Polícia Militar.
De acordo com Rozental, o dispositivo será ativado pelo militar que estiver próximo ao colega ferido. Gases são injetados em válvulas que resfriam o cérebro, diminuindo a pressão intracraniana.
- É como se colocássemos gelo no local da lesão, impedindo a propagação do edema – explicou o neurocientista.
Os estudos sobre a temperatura no interior do cérebro tiveram apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, ligada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, que liberou verba de R$ 450 mil por meio do edital Pensa Rio. Após a assinatura do convênio, o projeto passa agora por uma fase de testes para chegar à definição de qual será o melhor protótipo para os homens do Bope.
- Precisarei de cerca de um ano para fazer simulações e chegar ao melhor protótipo para, depois, executá-lo. Esse processo é custoso. Depois que ele estiver definido, fica mais fácil reproduzi-lo – afirmou Rozental.
O neurocientista negocia também com o Ministério da Saúde e Ministério da Defesa um acordo para produzir toucas com o mesmo dispositivo de resfriamento, porém mais flexíveis, que serão utilizadas em vítimas de acidentes em que ocorra traumatismo cranioencefálico (TCE). Rozental deseja ainda conseguir incentivos para que o dispositivo esteja disponível em ambulâncias do Samu.
- Com a aproximação dos grandes jogos que serão realizados no Rio, teremos uma população maior de motociclistas, ciclistas e policiais que poderão estar mais protegidos com o uso do capacete. O objetivo da ação é melhorar o atendimento imediato, reduzindo os custos e reintegrando mais rapidamente os pacientes acidentados com traumatismo cranioencefálico – defendeu.

Fonte: Blog Abordagem Policial

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