Lindemberg Alves, acusado de matar a adolescente Eloá Pimentel, chegou ao Fórum de Santo André, no ABC, às 8h47 desta quarta-feira (15). Ele deixou o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, por volta das 8h10.
O momento mais esperado deste terceiro e provável último dia do julgamento é o depoimento do réu. Pela primeira vez, após ter sido preso em 2008, ele dará a sua versão do crime. O réu pode se recusar novamente a falar, como fez nas outras vezes em que foi chamado pela Justiça. No entanto, a advogada dele, Ana Lúcia Assad, afirmou que seu cliente está disposto a depor.
Para o assistente da acusação José Beraldo, a fala de Lindemberg será um dos pontos altos do julgamento nesta quarta-feira. Ele diz acreditar que o réu tentará convencer os jurados de que os tiros que atingiram as vítimas não saíram da arma dele. Porém, o criminalista afirma estar tranquilo, pois “as provas apresentadas não deixam dúvidas de que os disparos partiram da arma dele efetivamente”.
Apesar de os laudos periciais terem apontado que os tiros foram dados pelo réu, Ana Lúcia tem tentado desqualificar os exames ao questionar supostas trocas do número de identificação das armas que foram mandadas para perícia. Consta nos autos que o número registrado na solicitação de perícia era diferente do número real da arma.
Diversas testemunhas foram questionadas sobre esse ponto e argumentaram que a retificação já havia sido feita.
Antes do depoimento de Lindemberg, o policial do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) Paulo Sérgio Schiavo deve ser ouvido. Ele fez parte da equipe que invadiu, no dia 17 de outubro de 2008, o apartamento em que as adolescentes eram mantidas reféns. Se repetir a mesma linha que usou nesta terça-feira (14) durante o depoimento do também policial Adriano Geovanini, a defesa tentará responsabilizar a ação policial pela forma como se deu o fim do sequestro.
Após a fala do réu, o julgamento entrará na fase final: quando os advogados fazem os debates. A promotoria e a defesa têm uma hora e meia cada uma para apresentar seus argumentos para os jurados. Na sequência, pode haver réplica e tréplica, sendo disponibilizada uma hora para cada etapa.
Em seguida, os jurados se reunirão para definir se Lindemberg é culpado ou não dos crimes pelos quais é acusado: além de homicídio, ele também responde por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe contra Nayara, por outra tentativa de homicídio qualificado pela finalidade de assegurar a execução de outros crimes contra o policial militar Atos Antonio Valeriano e, ainda, por crimes de cárcere privado contra Eloá, Nayara e os adolescentes e colegas de Eloá Victor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira, e também contra Ronikson Pimentel dos Santos, irmão de Eloá.
No final do julgamento, que está previsto para acontecer ainda nesta quarta-feira, a juíza vai estipular a sentença do réu caso ele seja condenado pelos jurados.
Fonte: R7
CAMOCIM POLÍCIA 24hs
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