Eram 20h27m da última quarta-feira quando pessoas que caminhavam pela Avenida Treze de Maio, no Centro do Rio, pararam e começaram a olhar para o Edifício Liberdade. Em cerca de 15 segundos, elas trocam a curiosidade pelo pânico e correm: uma nuvem de fumaça toma conta da calçada. Seis dias após os desabamentos, O GLOBO teve acesso nesta terça-feira a um ângulo ainda inédito da tragédia. Imagens de uma câmera de segurança instalada num prédio vizinho mostram de perto a reação de pedestres que passavam a poucos metros dos edifícios que ruíram. A polícia está analisando as imagens.
Os primeiros sinais dos desabamentos surgem quando um grupo de quatro homens fica parado olhando e apontando em direção aos edifícios. Um quinto se junta também para observar. Eles ainda demoram alguns instantes para perceber o desmoronamento. Em seguida, vem a fumaça, que cobre tudo rapidamente.
Nos instantes seguintes à queda, no alto do vídeo, é possível ver uma mulher que está na calçada próxima ao Liberdade correndo desesperadamente. Ela é engolida pela poeira. Há um momento de solidariedade: um senhor que tem dificuldade para andar é protegido por um outro homem que estava próximo.
As cenas também mostram as reações após a tragédia: passado o pânico, alguns voltam e começam a fazer imagens nos seus celulares. Um policial militar chega em pouco mais de um minuto.
No fim do vídeo, um homem de terno com uma pasta na mão esquerda e uma muleta na direita chama a atenção. Com tranquilidade, ele fala ao celular e aponta para os destroços: é o advogado Odir de Araújo Filho. Ele estava em sua sala no prédio em frente, onde há a câmera de segurança que gravou as imagens.
— Estava me preparando para sair, para ver o jogo do Flamengo, quando senti o prédio tremer. Não sabia o que estava acontecendo. Tive medo de abrir a porta da minha sala e ter um abismo na minha frente. Lembrei na hora que tem um filme com uma cena assim. Depois desci e quando cheguei lá embaixo logo liguei para meus familiares.
CAMOCIM POLÍCIA 24HS
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