A chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, afirmou, nesta quarta-feira (13), que já sofreu pelo menos três ameaças de morte de grupos de milícias. A informação veio no dia em que um vereador foi preso acusado de ser miliciano. Na operação, o Ministério Público afirmou que o grupo investigado planejou matá-la, além do deputado Marcelo Freixo."Em 2007, quando estava à frente da 28ª DP (Campinho), investigávamos, entre outras coisas, milícias daquela área. Eu nem sai ainda quais milicianos foram presos. O Disque-Denúncia recebeu três notícias de um possível atentado contra mim. Entre essas três notícias, uma trazia até a placa do meu carro. Eu saí da 28ª DP, o inquérito teve andamento e, nesse momento, não posso dizer se as pessoas detidas estão entre aqueles ou linkadas àquele Disque-Denúncia", disse Martha Rocha.
Planos de morte
Acusado de ser o chefe da milícia, o vereador André Ferreira da Silva (PR) foi preso na manhã desta quarta, em casa, no Pechincha, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Além dele, segundo a polícia, outros dois suspeitos foram presos. Ao deixar sua casa levado pelos policiais, o vereador Deco disse que era inocente e que está sendo vítima de uma perseguição política.
As denúncias, de acordo com o MP, aconteceram em 2009, quando Martha Rocha era titular da 28ª DP (Campinho), área de atuação da milícia, e Freixo estava à frente da CPI das Milícias. Os dois já haviam sido ameaçados.
O secretário geral estadual do PR, Fernando Peregrino, disse que o partido está acompanhando o trabalho da polícia. Segundo a assessoria do PR, o partido só vai ser pronunciar oficialmente sobre a prisão do vereador Deco após uma decisão da Justiça.
Busca e apreensão na Câmara de Vereadores
Também durante a manhã, policiais da Delegacia de Repressão ao Crimo Organizado (Draco) estiveram no gabinete do vereador Deco, na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio. O material recolhido foi levado para a delegacia, onde será analisado.
Oitenta homens da Draco, com o apoio de outras delegacias especializadas, da Subsecretaria de Inteligência da Segurança Pública, Ministério Público e da Corregedoria Geral Unificada trabalharam desde 4h para cumprir 14 mandados de prisão contra ex-policiais e guardas municipais e 25 mandados de busca e apreensão.
Como funcionava a quadrilha
Segundo investigações, o grupo de milicianos que atua em pelo menos 13 comunidades, nos bairros da Praça Seca, Campinho, Tanque, na Zona Oeste, e Quintino, no subúrbio.
O grupo é suspeito de formação de quadrilha armada e de cometer outros crimes como homicídios, ocultação de cadáver, tortura, estupros, furto de sinal de televisão e internet, controle no fornecimento de gás, prestação irregular do serviço de transporte alternativo, exploração de máquinas caça-níquel, entre outros.
Fonte: G1
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