SINDICATO DENUNCIA CAOS NAS DELEGACIAS.

Inês Romero, presidente do Sinpoci, afirma que os policiais estão deixando de cumprir o papel de investigar.

O temor de novas fugas e motins nas delegacias da Capital, que sofrem com a superlotação de presos dos xadrezes, mobilizou o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpoce). A presidente do órgão que representa a categoria, inspetora Inês Romero, disse à Reportagem que a situação da Polícia Civil atualmente é insustentável.

"Sinceramente, nunca vi a Policia Civil num estado tão deplorável. Isso se reflete em altos índices de crimes como assalto, latrocínio, homicídio e tráfico de drogas. Porque você pode colocar nas ruas cinco, dez, 20 mil policiais militares que não vai resolver o problema. Porque quem investiga é a Policia Civil, sem ela, não há inquérito, não há bandido preso".

De acordo com Inês Romero, além do efetivo reduzido e da falta de estrutura nas delegacias, o maior problema da instituição, atualmente, são os presos superlotando as delegacias. "O doutor Luís Bessa Neto (juiz titular da Vara Única de Execuções Penais e Corregedoria dos Presídios) determinou que eles (detentos) não poderiam mais entrar nos presídios porque estavam ultrapassando um percentual de 10 % a mais do que um presídio poderia conter", afirmou a sindicalista.

A presidente do Sinpoce explica que, sem poder serem transferidos para os presídios, os detentos estão ficando sob a custódia da Polícia Civil. 

Lotados

Inês disse argumentou não ser função dos policiais custodiar presos. "Temos delegacias, como o 34º DP (Centro), com todos os xadrezes lotados, onde não cabe mais ninguém".

DN