Para a CGD, a servidora participava de um
esquema criminoso que levava ilícitos para dentro de um presídio em Itaitinga.
Na esfera criminal, ela e os dois comparsas respondem por corrupção e
associação criminosa
A agente penitenciária Maria Abigail Vale
Portela foi punida com a demissão pela Controladoria Geral de Disciplina dos
Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) por participar de um
esquema criminoso que tinha o objetivo de levar ilícitos a um presídio,
principalmente aparelhos celulares. A decisão foi publicada no Diário Oficial
do Estado (DOE) da última quarta-feira (28).
Conforme a publicação, o esquema criminoso
envolvia a agente penitenciária, o preso Argeu da Silva Queiroz e a sua
companheira Marcela Nunes da Silva e foi descoberto em 18 de março de 2017. Na
ocasião, outros servidores da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus)
desconfiaram de um malote que seria entregue ao detento – custodiado no Centro
de Execução Penal e Integração Social (Cepis), em Itaitinga – e encontraram
celulares, chips, baterias, carregadores e fones de ouvido.
Questionada pelos colegas de profissão, Maria
Abigail negou que tivesse vistoriado o malote e, em seguida, deixou o presídio
sem ser notada. Os agentes penitenciários foram vistoriar as encomendas
entregues por ela aos internos e encontraram mais quatro malotes com ilícitos.
Ao total, foram apreendidos 56 aparelhos celulares.
Esquema criminoso
A investigação da Delegacia de Assuntos
Internos (DAI), da CGD, através de interceptações telefônicas autorizadas pela
Justiça e dos interrogatórios, descobriu que o esquema criminoso começou no
início do ano passado e conseguiu levar dezenas de aparelhos celulares e outros
ilícitos às celas do Cepis. Marcela combinava a entrega da encomenda com
Abigail pela rede social WhatsApp, assim como o pagamento. A servidora pública
recebia de R$ 800 a R$ 1.500 por cada malote que ela desviava dos outros
agentes penitenciários e deixava passar sem vistoria e sem ser analisado pela
máquina de raio-X.
Para a Controladoria, as provas constantes
nos autos demonstram que a agente penitenciária participava do esquema “de
forma consciente e voluntária” e que os crimes cometidos pelo grupo
representaram “significativos riscos de prejuízos imediatos à Sejus/CE e
mediatos à sociedade alencarina”.
Maria Abigail Portela não atendeu às ligações
da reportagem. Durante a investigação, a defesa da servidora, primeiramente,
alegou que as provas não eram suficientes para condená-la pelos crimes; e,
depois, levantou a tese de que a cliente se envolveu emocionalmente com Argeu e
deixou os malotes passarem porque confiava nele e acreditava que continham
apenas alimentos e produtos de higiene.
Prisões
O trio foi preso em cumprimento de mandados
judiciais pela CGD e pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), no dia 17 de
janeiro deste ano. Paralelamente ao processo administrativo-disciplinar que
culminou em demissão, a agente penitenciária responde a uma ação penal na
Justiça por corrupção e associação criminosa, junto dos dois comparsas. Argeu
Queiroz responde também a estupro de vulnerável e roubo. Já Marcela da Silva
não tinha passagens pela Polícia. A defesa do casal não foi localizada.
Fonte: DN
Um comentário:
Ate que enfim , pq todo mundo sabe que os corruptos que sustentam o sistema carcerario er muita sacanagem.
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