Ryan Pereira Lima tentou fugir do Fórum com a
arma do PM e a promotora como refém
“Pensei, se eu sair daqui com ele, vai
descobrir que sou promotora e vai me matar, assim é melhor morrer aqui no
Fórum”. O desabafo foi feito nas redes sociais pela promotora de Justiça, Ana
Vládia Gadelha Mota, representante do Ministério Público Estadual junto à
Segunda Vara Criminal de Fortaleza.
Na tarde desta quarta-feira (21), Vládia
acabou se transformando em refém de um bandido no estacionamento do Fórum
Clóvis Beviláqua. Um preso levado para uma audiência, arrebatou a arma de um PM
que fazia a sua escolta e tentou fugir com a promotora como refém, mas acabou
cercado e dominado.
As cenas de violência chamaram a atenção de
quem estava no prédio da Justiça, no bairro Água Fria, e colocaram em xeque a
segurança dos funcionários e do público que ali freqüenta de segunda a sexta-feira
em dezenas de unidades judiciais instaladas no prédio.
O preso, identificado como Antônio Rayan
Pereira Lima, 23 anos, é dono de uma extensa ficha criminal, onde constam,
entre outros delitos, sete casos de assaltos (roubo). Na tarde de ontem, quando
era retirado da sala de audiências para o estacionamento onde estava a viatura
que o levaria de volta ao presídio, ele aproveitou um descuido de um policial e
tomou sua pistola. Em seguida, correu em direção ao ponto do estacionamento
reservado aos promotores.
Ameaças
Ana Vládia saía naquele momento do Fórum na
companhia de um homem, supostamente seu motorista, quando os dois foram
rendidos pelo bandido armado. O bandido ameaçou matar a promotora e ao passar
do banco da frente para o traseiro, a promotora aproveitou a ocasião, desceu do
carro e saiu correndo, momento em que vários PMs cercaram o automóvel e
dominaram o preso.
Já à noite, a promotora usou as redes sociais
para desabafar e, ao mesmo tempo, relatar os momentos de pânico que viveu na mira
da arma empunhada pelo preso.
Leia o que a promotora escreveu sobre o
episódio:
“Entrei no carro e ouvi um barulho, quando
vi, já era o cara com a arma na cabeça do Richard. Muito nervoso, ele dizia que
eu ia tirar ele dali. Eu e Richard pedíamos calma, mas ele, muito nervoso,
apontava a arma para mim e para o Richard, até que conseguiu entrar no meu
carro. Eu pedi a ele que levasse o carro, mas me deixasse, mas ele respondeu
que “eu iria tirá-lo dali” e já pulando por cima por mim para o banco traseiro.
Nesse momento, como ele é grande, não passou com facilidade para o banco
traseiro, quando pensei: se eu sair daqui com ele, vai descobrir que sou
promotora e vai me matar, assim é melhor morrer aqui no Fórum. Então quando as
pernas dele passavam sobre minha cabeça, me abaixei e sai correndo, de olhos
fechados, porque tinha a certeza que ele ia atirar. Minha boca ficou cheia de
areia dos pés dele. Momentos de muito pânico”.
Fonte: Fernando Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário