28 de fevereiro de 2018

COM POUCA EXPRESSÃO, CHEFE DA INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA CIVIL É EXONERADO DO CARGO

Andrade teve dificuldades para gerir a Inteligência: poucos recursos materiais e falta de pessoal

O delegado de Polícia Civil do Ceará, Renê Andrade, foi exonerado do cargo, nesta segunda-feira (26). Ele estava no comando do Departamento de Inteligência Policial (DIP) desde a saída de Francisco Carlos de Araújo Crisóstomo. Na semana passada, a Imprensa chegou a anunciar a saída de Renê, que, no entanto, foi desmentida pela cúpula da instituição. Agora, a exoneração foi oficializada por “ordem superior”, isto é, teria partido da Secretaria da Segurança Pública ou mesmo do Palácio da Abolição.
A queda de Renê é mais um capítulo na crise da Segurança Pública do Ceará agravada pelos recentes episódios em que bandidos da direção do PCC foram mortos no estado. O assunto virou tema da Imprensa nacional e, mais uma vez, expôs pata rodo o Brasil a insegurança no Ceará e o fracasso na política para o setor tocada pelo governador Camilo Santana (PT).
Renê Andrade dirigia a “Inteligência” da Polícia Civil cearense e, em tese, deveria ter em mãos todas as informações sobre a movimentação do crime organizado no estado, principalmente, no que diz respeito à presença de bandidos chefes de facções interestaduais.

Morte dos homens do PCC

Uma sequência de fatos contribuiu para sua demissão do cargo. Além da morte dos bandidos Rogério Jeremias de Simone, o “Gegê do Mangue”; e Fabiano Alves de Souza, o “Paca”, em Aquiraz, no último dia 16, a fuga de outro homem do PCC repercutiu mal no País. O traficante e homicida Claudiney Rodrigues de Souza, o “Cláudio Boy”, que aqui se passava por empresário do ramo de importados, foi preso por agentes da Polícia Federal após fugir de Fortaleza e tentar desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

“Cláudio Boy” era um dos bandidos mais procurados pelas autoridades de São Paulo e Minas Gerais. Com sete mandados de prisão, era também caçado pela Polícia Internacional (Interpol) por conta de seu envolvimento com o narcotráfico.
A enorme repercussão que ambos os casos tiveram na Mídia nacional colocaram em cheque a eficiência do DIP, um dos principais órgãos de Inteligência do estado. Entretanto, com poucos recursos materiais e uma equipe reduzida de agentes, Renê Andrade não teve como tocar o trabalho de Inteligência que inclui infiltração, acompanhamento, informação e contra-informação, mecanismos investigativos que são utilizados pela Inteligência de qualquer estado ou país.

PM se adiantou

Já o principal núcleo de Inteligência da Polícia Militar, a Coordenadoria de Inteligência Policial (CIP), subordinada diretamente ao Comando-Geral, também passou por alterações de comando. O comandante da Corporação, coronel Ronaldo Viana, se antecipou a qualquer gesto da SSPDS ou do Abolição e nomeou o coronel Paulo Sérgio Braga Ferreira para chefiar a Coordenadoria.
Paulo Sérgio tem uma longa experiência de Inteligência, tendo trabalhado na desarticulação de vários grupos criminosos no estado, incluindo quadrilhas de assaltantes de bancos, traficantes de drogas e grupos responsáveis por casos de seqüestros.

Fonte: Fernando Ribeiro

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