4 de fevereiro de 2018

APÓS ATAQUE DA GDE, SECRETARIA DE SEGURANÇA (SSPDS) INTERVÉM PARA LIBERAR PMS, APÓS IMPASSE COM A CGD


Os militares detiveram adolescentes, que seriam ligados à GDE. A própria família dos infratores nega que pms teriam torturados seus filhos

Os reflexos das ações da facção local Guardiões do Estado (GDE) continuam causando danos na Segurança Pública do Ceará. Nessa sexta-feira (2), a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) precisou intervir em um impasse entre a Polícia Militar e a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD), gerado após a detenção de quatro adolescentes. O quarteto era suspeito de arrancar as pedras da calçada do 22ºBPM e escrever uma mensagem de afronta à Corporação.
Os infratores, supostamente integrantes da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), foram detidos na Comunidade do Pau Fininho, no bairro Papicu, por uma patrulha da 1ªCia do 22ºBPM. Eles foram levados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), mas o caso teve uma reviravolta.
A CGD recebeu uma denúncia de um suposto traficante que os militares tivessem torturado a criança e os adolescentes. Durante uma vistoria realizada na viatura foram encontradas uma pequena quantidade de drogas que, conforme os militares, teria sido apreendida com os adolescentes e seria apresentada na DCA; e nas proximidades do carro da PM havia uma espécie de máquina de choque.
Em nota enviada à reportagem, a CGD chegou a afirmar que os militares haviam sido autuados, na sede da Controladoria por tortura, tráfico de drogas e coação no curso do processo. Os adolescentes teriam apresentado sinais de agressões e afirmado que foram sequestrados e torturados pelos policiais.
No entanto, a versão sobre as agressões foi rebatida pelos policiais do 22ºBPM, pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que enviou um representante à CGD para tratar do caso e pela própria família dos suspeitos. Horas depois, os militares foram liberados e os flagrantes não chegaram a ser concluídos. O caso será apurado por portaria.
Uma fonte que conversou com a reportagem disse que o caso gerou agitação na cúpula da SSPDS. "O Ceará passa por uma crise sem precedentes na Segurança Pública. Imagine que suspeitos de tentar desmoralizar a Polícia, membros da facção que está desafiando o Governo fossem liberados, e os policiais ficassem presos. A tropa ficaria completamente desmotivada e já havia até rumores de que alguns se articulavam para uma paralisação", declarou.O policial afirmou que o trabalho da Polícia nas comunidades dominadas pelo tráfico é cada vez mais difícil. "O cerco está se fechando. A Polícia está ficando acuada", afirmou.
Ofensiva

O fato relacionado à captura dos quatro jovens e prisão dos militares teve início, na manhã da última quinta-feira (1º), quando a facção criminosa GDE investiu, mais uma vez, contra a Segurança Pública do Ceará. Pedras da calçada do Batalhão foram arrancadas para formar a frase "GDE 745: tudo nosso. Tudo 3", na calçada da própria unidade da Policia Militar.
Desde então, segundo o major Hideraldo Bellini, comandante da 3ªCia do 22ºBPM, a Polícia vinha procurando os responsáveis pelo atentado. Pouco mais de 24h após a investida criminosa, familiares dos envolvidos teriam entrado em contato com a PM afirmando que eles iriam se apresentar, contanto que tivessem a segurança garantida.
O major conta que os quatros infratores foram até o Batalhão e, enquanto eram levados até a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), um traficante da GDE foi até a sede da CGD denunciar que os militares tinham torturado o trio.
"Nós ocupamos a favela devido à demonstração de força da GDE. Os adolescentes se apresentaram. O chefe do tráfico do 'Pau Fininho' mandou um outro traficante vir na CGD dizer que os meninos tinham sido agredidos. Nossos policiais se encontraram com esse traficante denunciando na CGD. Um sargento bateu boca com ele e a delegada mandou dar uma geral na viatura caracterizada", contou Hideraldo Bellini.
Apreensões

A CGD diz que a droga encontrada com os militares não teria nenhuma relação com o procedimento em curso. A Controladoria informou que junto aos policiais também havia equipamentos para choque, sacos plásticos e luvas. "As vítimas foram encaminhadas para realizarem exame de corpo de delito. A CGD já iniciou as investigações, que serão apuradas na seara disciplinar", disse o órgão. Bellini afirma que os policiais agiram dentro da legalidade. Com relação ao equipamento de choque, o major afirma que o objeto não estava dentro da viatura.
"A GDE desafia a gente e os policiais acabam presos? Como é que um bom policial combate facção desse jeito? Essa máquina foi encontrada perto da viatura. Não teve tortura. Tudo aconteceu muito rápido. Eu quero saber que inversão de valores é essa. Assim não há condição de trabalhar", disse o major.
Defesa

O presidente do Conselho de Defesa do Policial da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Ricardo Valente, afirmou que o delegado decidiu não autuar os policiais em flagrante, após ter percebido que a denúncia do traficante tinha como única intenção retirar os servidores das ruas. Valente disse que, quando informado sobre as prisões, o secretário André Costa se indignou e ordenou que fosse dado todo o apoio necessário.
"Foram devolvidas as armas e decidido que eles vão voltar às ruas imediatamente. São policiais conhecidos, que trabalham muito bem. Juntamente com o governador, André Costa pediu que fossem tomadas todas as providências cabíveis", afirmou Ricardo Valente.
Família dos infratores nega tortura
A reportagem entrevistou familiares dos quatro infratores capturados. Todos reiteraram que eles não foram vítimas de maus tratos. "Eu mesma levei meu filho no Batalhão. Ninguém apanhou. O meu filho contou que pegou as pedras por brincadeira. Disse que a ideia surgiu enquanto ele estava brincando de bola com os amigos", contou a mulher, de nome não revelado.
Um outro pai lembrou que seu filho, de 13 anos, não foi obrigado por ninguém a participar do atentado. "Ele é uma criança. Talvez não soubesse o que estava fazendo, mas depois soube que não foi certo. Ele vê essas coisas da GDE e quer copiar", afirmou.

Fonte: Diário do Nordeste

5 comentários:

Anônimo disse...

Ô país vagabundo esse tal de Brasil

Anônimo disse...

O sistema prisional brasileiro é uma fonte de renda formidável para quem administra o setor. Cada presídio desse tipo "favela de colônia de férias" espalhados pelo Brasil, representa um lucro mensal de milhões. Como? Repasses de verbas que são desviadas; super faturamento dos gastos com alimentação, segurança, limpeza, etc., venda de produtos consumidos pelos detentos (água mineral, cigarro, lanche, etc.), "aluguéis de selas" ao custo de R$ 100 por mês em média para cada detento, e muitas outras coisas. É um problema de LUCRO, e não de segurança.

Anônimo disse...

Pais fuleragem

mad max disse...

rapaz eu to falando a banana ta comendo o macaco

ze minhoca disse...

BOLSONARO VÊM AI PARA RESOLVER O PROBLEMA DOS BICHIM. DOA A QUEM DOER.