Para seus subordinados, ele é o
"Menino", o "Pai", o "Avô", o "Patrão".
A opinião pública o reconhece como o traficante mais famoso do Brasil. Já a
Justiça o classifica como um criminoso reincidente.
O detento Luiz Fernando da Costa, 50,
conhecido pelo apelido de Fernandinho Beira-Mar, completa nesta terça-feira
(18) exatos 11 anos cumprindo pena no sistema penitenciário federal.
Neste período, mesmo enclausurado em
presídios de segurança máxima, ele foi condenado no ano de 2008 pelo juiz
Sergio Moro por comandar uma quadrilha de tráfico de drogas, a partir de sua
cela.
Em maio de 2017, nove anos após essa condenação,
Beira-Mar foi flagrado novamente liderando um esquema idêntico em outra
penitenciária federal. Segundo a PF, o grupo movimentou valores superiores a R$
9 milhões, com ordens recebidas pela troca de bilhetes de dentro do presídio.
Um dos objetivos da criação de presídios
federais é o de isolar líderes das facções criminosas e diminuir seu poder de
influência nos sistemas penitenciários de origem. "Porém, sem a proibição
permanente das visitas íntimas e sociais, esse objetivo não é alcançado",
diz Carlos Augusto Machado, presidente do sindicato dos agentes penitenciários
federais no Paraná.
Separadas por uma década, as operações Fênix
e Epístolas demonstraram que Beira-Mar, um dos chefes da facção Comando
Vermelho, burlou a vigilância federal, utilizando-se das visitas recebidas por
ele e por outros presos nos presídios de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e
Porto Velho (RO). Atualmente ele está na unidade prisional de Mossoró (RN).
Esquema em Catanduvas
Em 18 de julho de 2006, Fernandinho Beira-Mar
foi transferido para a então recém-inaugurada penitenciária federal de
Catanduvas (PR). Desde 2002, Beira-Mar vivia trocando de presídio, após
comandar os assassinatos de quatro traficantes adversários na Penitenciária de
Bangu 1, no Rio.
Na carceragem da Superintendência da Polícia
Federal em Brasília, seu último pouso antes de ingressar no sistema
penitenciário federal, Beira-Mar foi flagrando passando ordens aos seus
subordinados por meio de um telefone celular.
Uol
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