Após quatro meses do assassinato da travesti
Dandara dos Santos, 42, três acusados de participarem do crime continuam
foragidos. O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro último, mas ganhou
visibilidade após a divulgação de um vídeo, que exibia detalhes da ação.
Contudo, nem a repercussão internacional, gerada pela divulgação das imagens,
foi suficiente para garantir a captura de todos os suspeitos.
Jonatha Willyan Sousa da Silva e Francisco
Wellington Teles tiveram prisão preventiva expedida pelo Poder Judiciário, após
a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) ser recebida pela 1ª Vara
Criminal da Comarca de Fortaleza. Francisco Gabriel Sousa Reis, conhecido como
"Didi", também foi incluído na ação penal pelo aditamento, tendo,
também, mandado de prisão expedido contra ele.
As investigações apontam que doze pessoas
tenham participado do crime, sendo que cinco acusados estão presos e quatro
menores de idade apreendidos. Estão detidos, atualmente, Francisco José
Monteiro de Oliveira, Rafael Alves da Silva Paiva, Isaías da Silva Camurça,
Júlio César da Braga Costa e Jean Victor Silva Oliveira.
Procurado pela reportagem, o promotor de
Justiça Marcus Renan Palácio, responsável pelo Caso Dandara, confirmou que o
trio segue foragido e que a demora no cumprimento da ordem judicial é preocupante.
"Causa preocupação o fato de passados mais de noventa dias da decretação
da prisão preventiva de três dos implicados, a Polícia não tenha conseguido dar
cumprimento à respectiva ordem judicial. Essa inoperância compromete, a rigor,
o prestígio e a credibilidade de todo o sistema de Justiça, concorrendo para o
aumento da sensação de impunidade, seguramente uma das causas da crescente onda
de violência que compromete o nosso Estado", disse.
O promotor também salientou que o MP fez a
requisição para que fossem suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional, no caso dos três suspeitos, de acordo com regra prevista no
artigo 366 do Código de Processo Penal (CPP). O artigo prevê a aplicação da
suspensão caso o acusado, citado por edital, não compareça à Justiça e nem
constitua advogado.
Um dos foragidos seria o responsável por
gravar o vídeo do espancamento de Dandara. Após o fim da gravação, a travesti
foi levada em um carrinho de mão para outra local, onde levou dois tiros no
rosto.
Fonte: DM / Colaborou Fabrício Paiva
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