O Ministério Público do Estado do Ceará
(MPCE), a partir do trabalho das Promotorias de Justiça da Comarca de Senador
Pompeu, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas
(GAECO) e do Núcleo de Investigação Criminal (NUINC), em parceria com a
Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD),
deflagrou a Operação Data Venia. A ação ocorreu na manhã desta quarta-feira e
investiga ilegalidades praticadas por policiais civis e colaboradores da
Delegacia Regional de Senador Pompeu. A informação é da Procuradoria-Geral de
Justiça do Estado.
Com o acompanhamento dos promotores de
justiça, as equipes da CGD cumpriram mandados de busca e apreensão nas
residências dos investigados em Senador Pompeu, Fortaleza e Iguatu, bem como na
sede da Delegacia Regional de Senador Pompeu, que teve computadores e
documentos apreendidos. Foram encontradas armas de fogo em situação irregular,
sendo os responsáveis encaminhados à Delegacia de Assuntos Internos da CGD para
os procedimentos cabíveis.
“Agora, todo o material coletado será
analisado pelos investigadores do Ministério Público, o que deve robustecer os
elementos de prova e proporcionar a apresentação de denúncia criminal em face
dos investigados junto à Justiça de Senador Pompeu nos próximos dias”, informou
o coordenador do GAECO, o promotor de justiça Manoel Epaminondas. Ele destaca
que há indícios de cobrança indevida de valores em troca da prestação de
serviços típicos da Polícia Civil. Também chamou a atenção dos promotores a
utilização de “métodos ilegais” na investigação de crimes, tais como a
plantação de drogas ilícitas junto a suspeitos, como estratégia para a obtenção
de confissão forçada.
Como resultado das investigações iniciais, o
coordenador do GAECO informa que a Justiça decretou o afastamento do Delegado
Regional de suas funções, bem como de um Inspetor de Polícia e uma servidora
terceirizada. Eles ainda foram proibidos pelo juiz Wildemberg Ferreira de Sousa
de terem acesso às dependências das delegacias vinculadas de Mombaça, Pedra
Branca, Solonópole, Deputado Irapuan Pinheiro, Milhã e Piquet Carneiro. O
magistrado emitiu ordem, ainda, no sentido de vedar aos investigados qualquer
contato com os denunciantes. Como desdobramento das medidas investigativas, a
Justiça ainda decretou a quebra de sigilos fiscal e bancário de todos os
investigados.
Fonte: O Povo
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