A greve dos agentes, em maio
do ano passado, culminou na rebelião em várias cadeias da RMF
Oito agentes penitenciários
do Ceará correm o risco de perderem seus cargos e serem expulsos do serviço público. Eles estão sendo
investigados pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança
Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) por envolvimento na greve que a
categoria realizou em maio do ano passado. Os agentes, conforme a denúncia,
teriam contribuído para a eclosão de rebeliões nos presídios que deixaram 18
mortos, muita destruição e centenas de fugas.
Na tarde da próxima
segunda-feira (13), os oito agentes
deverão ser interrogados na CGD por conta da abertura naquele órgão de um
Processo Administrativo Disciplinar (PAD), cuja instauração já foi publicada no
Diário Oficial do Estado (DOE). A investigação é presidida por um delegado da
Polícia Civil e pode resultar na expulsão dos servidores.
Nomes
São investigados os
seguintes agentes penitenciários: Bentimilo de Oliveira Pedrosa, Carlos Eduardo
de Brito, Daniel Mendes de Almeida, Francisco Alex de Araújo, Francisco
Valtemir Alves, Joélia Silveira Lins, Rafael Magno da Silva Pinto e Valdemiro Barbosa Lima Júnior, este último,
então presidente do sindicato da categoria.
Conforme a CGD, a abertura
do processo disciplinar deveu-se à conduta dos agentes durante a greve
deflagrada pela categoria entre os dias 20 e 21 de maio de 2016, que resultou
na maior rebelião já registrada na história do Sistema Penitenciário do Ceará.
Simultaneamente, as facções criminosas deflagraram motins e fugas em várias
Casas de Privação Provisória da Liberdade, as CPPLs, em Itaitinga, Aquiraz e
Caucaia. Houve confrontos dentro e fora das cadeias, destruição de celas e assassinatos cruéis. Alguns presos
foram queimados vivos, as cenas gravadas em celulares e postadas nas redes
sociais. O fato ganhou repercussão nacional.
Conforme a CGD, “mesmo com a
decisão judicial determinando o fim da greve, por esta ser ilegal, integrantes
do comando de greve continuaram com o movimento paredista, proibindo a entrada
(nos presídios) de servidores que não tinham aderido à greve, de policiais
militares e de visitas aos internos, o que contribuiu, sobremaneira, para que
houvesse as rebeliões, mortes, destruição das instalações prisionais e fugas”.
E mais: “Teriam incentivado os familiares dos presidiários a danificarem o
patrimônio público com a notícia de que não haveria visitas”.
Categoria nega
A categoria nega as
acusações e diz que a greve foi deflagrada após
insistentes tentativas de diálogo com o governo para o atendimento às
reivindicações da classe, entre elas, novos concursos para a contratação de
mais agentes, melhores condições de trabalho e melhoria salarial.
Fonte: Blog do Fernando Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário