19 de março de 2016

CURIOSIDADES: 6 MITOS SOBRE O ESTADO ISLÂMICO


Tudo o que você pensa que sabe sobre o grupo radical islâmico pode estar errado

Desde 2011, quando começou a agir com mais violência e intensidade, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante – também chamado de ISIL ou ISIS, abreviações do nome em inglês – tem assombrado a vida de países do mundo todo.
A ONU estima que os atos do grupo terrorista tenham deixado 230 mil mortos e milhões de desabrigados na Síria, no Iraque e em outros países que tenham sido alvos de ataques.
Por falta de conhecimento ou por culpa das informações desencontradas divulgadas sobre o grupo, muita gente não entende muito bem os objetivos do Estado Islâmico e como ele funciona. Desmistifique agora 6 mitos sobre os extremistas islâmicos:

1 - O Estado Islâmico não tem objetivo definido

Ao contrário do que possa parecer por causa das notícias divulgadas, o Estado Islâmico não é uma organização louca, desorganizada, somente disposta a matar infiéis ao islamismo.
A primeira coisa necessária para entender o Estado Islâmico é saber que o grupo tem um objetivo bastante claro: instaurar no Oriente Médio um califado, forma de governo monárquico e totalitário comandado pela Sharia, um conjunto de leis da fé do Alcorão (o livro sagrado do Islamismo), da Suna (os escritos sagrados sobre a vida do profeta Maomé), misturados a tradições e costumes dos primeiros séculos do Islã. 
Depois de compreender isso, também é importante ter saber que o Estado Islâmico é extremamente organizado, com lideranças territoriais bem definidas, um mercado negro de arte e matéria-prima que financia o grupo e planos estratégicos completamente claros, como a limpeza cultural e religiosa que estão realizando ao destruir monumentos e sítios históricos da região.
Portanto, todas as ações malucas do grupo têm objetivo, seja ele promover a limpeza citada acima, chamar a atenção da imprensa, incutir o medo nos infiéis ou atrair novos combatentes.

2 - Todo muçulmano apoia o Estado Islâmico

Toda nova pesquisa realizada por observatórios de direitos humanos no Oriente Médio mostra que, cada vez mais, menos muçulmanos apoiam a estratégia violenta e desumana do Estado Islâmico e a interpretação radical que têm da religião. 
Acima de tudo, o objetivo do grupo não é religioso, mas político. Se os radicais desejassem limpar os infiéis do mundo, não restringiriam seus ataques à região da Síria e Iraque. Atacam somente os dois países, porque enxergaram neles a oportunidade de dar o pontapé inicial no califado. Portanto, o que os líderes do grupo querem não é a predominância do islamismo, mas o controle político de uma região do planeta.

3 - O ISIS é parte da Al-Qaeda

O Estado Islâmico foi criado no seio da Al-Qaeda, mas, hoje, é rival do grupo que ficou conhecido pelo 11 de setembro e pela liderança de Osama Bin Laden. As duas facções se separaram oficialmente em 2013, porque a Al-Qaeda se recusou a aceitar a violência dos atos do ISIS contra civis e muçulmanos. 
O Estado Islâmico conseguiu expulsar a Al-Qaeda da Síria do Iraque e, atualmente, recruta muito mais militantes que a organização rival.

4 - O Estado Islâmico é um grupo rebelde sírio

É verdade que o ISIS está em conflito e se opõe ao governo do presidente síria Bashar al-Assad, mas o grupo não surgiu no início da Guerra Civil Síria, em 2011. Como escrito acima, o Estado Islâmico era parte da Al-Qaeda. Quando a guerra em território sírio se tornou generalizada, o ISIS viu nessa situação uma ótima oportunidade de tentar colocar em prática seus objetivos políticos. 
Disputam o controle sobre a Síria, atualmente, o governo oficial, liderado pelo presidente Bashar al-Assada, as forças de oposição a ele, o Estado Islâmico, algumas milícias curdas e a Frente Al-Nusra, uma milícia islâmica apoiada pela Al-Qaeda. 
É importante pontuar, também, que as ações do ISIS não se limitam ao território sírio e a organização tem militantes dos mais diversos países.

5 - O governo iraquiano facilitou o empoderamento do ISIS

O ano começou com o Estado Islâmico controlando quase todo o território leste do Iraque. O governo afirma não ter perspectivas ou poder de fogo para impedir o avanço das tropas extremistas ou para tomar o controle das regiões já controladas pelo Estado Islâmico. 
Mas a culpa do surgimento do ISIS não pode ser atribuída somente à falta de ação do governo iraquiano. Quando subiu ao poder, o atual primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, começou, gradativamente, a deixar o governo do país cada vez mais democrático, tirando poderes que eram de extremistas islâmicos. 
Percebendo a ira de seus militantes, o Estado Islâmico se aproveitou deste sentimento de revolta para influenciar seus exércitos a combater a soberania do primeiro-ministro al-Maliki. Logo, qualquer governo que tivesse intenções democráticas sofreria com a represália do ISIS.

6 - O Estado Islâmico é invencível

Como o ISIS já mantém o poder de boa parte dos territórios que conquistou por mais de um ano e expandiu suas ações até para países ocidentais – como os atentados de 13 de novembro, em Paris –, o mundo parece pensar que o Estado Islâmico é invencível. Mas não é. 
Somente no ano passado, tropas sírias, iraquianas, norte-americanas, russas e diversos outros grupos rebeldes e terroristas recuperaram cerca de 25% dos territórios que o ISIS conquistou em 2014 e pouco mais de 9% do que já tinha sob controle até o fim de 2013. 

Pouco a pouco, todos os antigos aliados se afastam do grupo, que se vê quase isolado e sem grandes perspectivas de conquistas novos territórios ou de manter os que já têm sob controle. Com paciência, cautela e estratégia, é possível derrotar o grupo, concordam diversos especialistas em política internacional.

Galileu

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