Ver uma onça-pintada
(Panthera onca) na natureza é algo difícil de explicar. Ela encara, olho no
olho, até ter a certeza de que você a viu. Seu tamanho é impressionante, ela
domina o local e parece que tudo gira em torno dela. É como se a floresta
parasse, naquele momento, só para vê-la passar. Antes de sair, uma pausa, a
onça olha para trás, e verifica se você ainda está ali. Seus músculos estão
tensos, sua respiração está presa e seu coração acelerado. É nesse momento que
vem a certeza de que algo mágico está acontecendo. É uma energia muito intensa,
que ficará impressa na sua memória para sempre.
Segundo a Ong Pró-Carnívoros,
a onça-pintada, também conhecida como
jaguar, possui a mordida mais poderosa entre os felinos e uma maneira única de
caçar. Enquanto os outros gatos usam uma técnica de caça com mordida no pescoço
seguida de sufocamento, a onça-pintada crava os caninos na cabeça da presa e
quebra a espinha dorsal ou perfura o crânio da vítima até chegar ao cérebro. A
força exercida é tão grande que chega a quebrar cascos de jabutis.
Seu padrão amarelo com
rosetas pretas é a perfeita camuflagem para andar na floresta, onde os fachos
de luz em meio à sombra das árvores tornam o felino praticamente invisível. Ela
se aproxima da presa silenciosamente, utilizando áreas de vegetação densa para
se esconder. Almofadas na sola das patas
ajudam a abafar o som e permitem que o predador ande sem fazer barulho. Quando
está perto de seu alvo parte para o ataque.
É um animal oportunista e se
alimenta de qualquer presa que esteja disponível. No Pantanal prefere jacarés, queixadas e capivaras, que são
maiores e mais abundantes. Na Amazônia come principalmente animais pequenos,
como cotias, pacas e tatus. Ela seleciona indivíduos inexperientes, machucados,
doentes ou mais velhos o que resulta em benefício para a própria população de
presas e mantém o equilíbrio do ecossistema.
Segundo o Projeto Onçafari,
estudos mostram que a predação de gado é menor em áreas com grande quantidade
de presas naturais e maior onde há caça de animais selvagens. Infelizmente, a
destruição do habitat, e a consequente redução no número de presas naturais,
faz com que as onças-pintadas comecem a caçar animais domésticos e acabam sendo
mortas por fazendeiros que querem proteger seus rebanhos. Após décadas de
perseguição, o felino se tornou um dos animais mais difíceis de avistar na
natureza e está na categoria vulnerável da Lista de Espécies da Fauna Brasileira
Ameaçadas de Extinção.
Para tentar mudar essa
história o Onçafari quer fazer a habituação das onças-pintadas a carros de
passeio para que elas se comportem da mesma maneira que os felinos da África se
comportam em safáris fotográficos. O objetivo é atrair mais turistas, aumentar
o interesse dos fazendeiros no turismo de observação de animais, gerar novas
oportunidades de emprego para as pessoas da região, ajudar na conservação da
onça-pintada e, consequentemente, de seu habitat.
Via national geographic
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