A resolução do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) que determina o cumprimento de alvarás de soltura em
até 24 horas, não está sendo respeitada nas penitenciárias da Região
Metropolitana de Fortaleza, segundo advogados que estão na posse de documentos
desta natureza para seus clientes, mas não conseguem fazê-los valer. O motivo da
letargia para as liberações, seria o período de recesso de uma célula do Fórum
Clóvis Beviláqua, responsável pela pesquisa da situação dos presos.
O advogado Alexandre Bastos
Sales, recebeu do diretor da Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) I
uma certidão confirmando o problema. O documento escrito a mão diz que "na
data de 18/12/2015 o Sistema de Pesquisa de Alvarás, Tele-Justiça, entrou em
período de recesso, não podendo assim serem feitas as devidas pesquisas dos
alvarás".
Justiça
O advogado disse que o Poder
Judiciário tinha que ter previsto que o recesso dos servidores causaria este
ônus. Ele disse que, caso a situação não seja regularizada, vai ingressar com
ações na Justiça. "Meu cliente tem um alvará desde o dia 18 e não consegue
sair. Pelo desrespeito flagrante de uma ordem judicial, os responsáveis pelas
CPPLs poderiam ser denunciados por desobediência; e por não permitirem que os
detentos com alvarás de soltura saiam, poderiam ser responsabilizados por
cárcere privado", afirmou Alexandre Sales.
O Tribunal de Justiça do
Ceará (TJCE), responsável pelos servidores do Tele-Justiça, declarou que,
"segundo a diretoria do Fórum, o Tele-Justiça está fechado, por conta do
recesso e a pesquisa está sendo feita pela Seção de Certidões do Fórum". O
recesso do setor termina no próximo dia 7 de janeiro.
A Secretaria de Justiça e
Cidadania (Sejus) informou que não pode liberar os presos, sem as respostas
destas pesquisas. "Eles podem ter um alvará por um crime e estarem
respondendo por outros. Infelizmente não temos como arriscar. Os alvarás estão
sendo cumpridos de forma mais lenta mesmo, mas a Sejus não tem outro meio de
confirmar dados necessários à soltura, senão pelo Fórum".
Fonte: DN
Um comentário:
Tem preso ai q tem alvará mas é julgado em outros processos hediondos
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