A assembleia, realizada hoje, decidiu esperar
até a contra-proposta do Governador Camilo Santana na segunda-feira
Em estado de greve desde outubro, os
policiais civis do Ceará estão mais próximos da paralisação. A categoria teve
sua última rodada de negociação com os representante do Governo do Estado na
última sexta-feira, onde foram apresentadas três propostas que o Sindicato dos
Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol) considerou
"vexatórias". Para vice-presidente do Sinpol, Ana Paula Cavalcante,
os policiais civis ficaram revoltados com o que foi apresentado e estão
dispostos a parar todos as atividades.
"Infelizmente, não foi apresentada uma
contra-proposta razoável. Os números foram vexatórios e nem consideramos. Mas
os representares do Governo agendaram uma reunião na segunda-feira com o
governador Camilo Santana e pediram que não deflagrássemos a greve hoje.
Resolvemos esperar para ver se os números melhoram. A categoria teve senso e
prudência e em nenhum momento fez paralização em respeito a sociedade. Mas é
necessário que o governo nos respeite também", reclamou Ana paula.
A pauta de negociação é a reestruturação dos
cargos da Polícia Civil e o reajuste salarial. A categoria pede que o salário
chege a 60% dos delegados. Atualmente, um policial civil ganha o equivalente a
18%. "Temos o pior salário do Brasil, enquanto um delegado tem o melhor
salário do Nordeste. O salário deles paga 5 inspetores. Tá na hora de se
corrigir essa distorção. Sabemos que o Governador não vai conseguir corrigir 30
anos de déficit, mas o que nos apresentaram na sexta-feira foi o de ganhar o
equivalente ao que ganhávamos em 2006 quando ainda éramos contratados como
nível médio. Desde 2008 temos nível superior. Um absurdo", desabafou.
Outro problema que o Sindicato apontou é com
o alto índice de evasão de policiais civis no Estado. Por conta dos baixos
salários, existe uma média de 4 policias pedindo exoneração por semana para
trabalhar em outros Estados. De acordo com a vice-presidente do Sinpol, dos
1480 empossados no concurso de 2012, só restam 600 nos quadros. Atualmente, são
2.400 na ativa. "Muita gente tá pedindo para sair para trabalhar no Piauí
para ganhar o triplo. Na década de 80 éramos 4.500 policiais civis. Ninguém
mais que ficar aqui".
Se o saldo dessa reunião com Camilo Santana
não for favorável, os policias prometem entrar em greve na terça-feira, logo
após a assembleia extraordinária.
Fonte: Diário do Nordeste
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