Na tentativa de fugir, 14
indivíduos lideraram as ações no Centro Educacional. Seis orientadores foram
feridos e dois foram feitos reféns
O Centro Educacional Cardeal Aloísio
Lorscheider (Cecal), um dos maiores do Estado, foi palco de uma grande rebelião
na madrugada deste domingo. As ações começaram por volta das 23h do sábado (19)
e foram lideradas por 14 indivíduos, todos maiores de idade, que tentavam fugir.
Utilizando barras de ferro e serras, os envolvidos destruíram praticamente toda
a parte de móveis do local, inclusive o anfiteatro, e provocaram um incêndio de
grandes proporções.
As informações são do juiz
da 5ª Vara da Infância e da Juventude, Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves,
que acompanhou de perto o caso. "Foi a maior rebelião da história do
Cecal, em termos de destruição. Não havia qualquer reivindicação, pois o local
não estava superlotado e contava com uma estrutura boa, ampla. O que aconteceu
foi simplesmente uma tentativa de fuga", afirmou. Segundo o juiz, a
polícia só conseguiu adentrar no local após o Corpo de Bombeiros controlar o
incêndio. Ninguém conseguiu fugir.
"Todos os 14 indivíduos
que lideraram as ações têm mais de 18 anos. Eles já haviam fugido de outros
centros educacionais quando menores, foram presos por outros delitos quando já
eram maiores de idade e acabaram transferidos ao Cecal para cumprirem as
medidas socioeducativas que deviam. Como participaram desta rebelião, foram
transferidos para presídios imediatamente", conta Manuel Clístenes.
Reféns
Durante a rebelião, seis
orientadores do Cecal sofreram golpes de cossoco (arma artesanal fabricadas
pelos socioeducandos), mas nenhum ficou gravemente ferido. Outros dois, porém,
foram feitos reféns pelos envolvidos. "Um deles escapou porque simulou ter
sido baleado, já que houve barulho de tiro vindo de fora", destacou o juiz
da 5ª Vara da Infância e da Juventude. Ele, juntamente com outro juiz de
execução penal, autorizou a transferência dos indivíduos para os presídios.
Ainda de acordo com o juiz
Manuel Clístenes, os envolvidos na rebelião responderão, no mínimo, por três
crimes: lesão corporal, dano ao patrimônio público e ameaça. Conforme diz,
investigações preliminares apontam que as armas usadas nas ações desta
madrugada não chegaram aos envolvidos através de pessoas que trabalham no
Cecal. "Não houve facilitação. Imagina-se que as ferramentas foram
atiradas por cima do muro e recolhidas no momento de esporte", destaca.
"Foi a primeira rebelião deste ano no Cecal, que normalmente é um centro
tranquilo", complementa.
Fonte: DN
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