São citados no esquema bilionário desde
servidores até pessoas influentes na política e na economia do Ceará
Advogados, médicos, escrivães e até
funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estariam envolvidos
no esquema de fraudes do Seguro DPVAT no Ceará. Isso é o que indicam
investigações feitas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do DPVAT da
Assembleia Legislativa. O rombo nos cofres públicos de todo o País, estimado em
R$ 1 bilhão, pode ter contado com a participação de funcionários públicos e
agentes políticos no Estado.
O relator da CPI, o deputado Fernando Hugo
(SD), afirmou que já tem em mãos um conjunto de nomes de profissionais que
supostamente estão envolvidos nos crimes. Ele dará entrada em requerimentos
para convocar as pessoas citadas nas investigações. "Só agora, com esses
requerimentos, é que teremos dentro da CPI substratos para que essas
instituições forneçam detalhes de envolvimentos, inclusive de pessoas ligadas à
vida pública do Estado do Ceará", disse.
Hugo quer informações sobre ações do DPVAT de
órgãos como Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho
Regional de Medicina, Conselho Regional de Fisioterapia e até da Seguradora
Líder, já ouvida em um primeiro momento. Ao menos quatro reuniões já foram
feitas pelo colegiado. No fim da tarde de hoje, outro encontro será realizado
para ouvir o titular da Delegacia e Acidentes de Veículos e Delitos de Transito
(DADT), o delegado César Wagner.
Na primeira reunião do grupo, o delegado
titular da Delegacia de Itapipoca, Marcos Aurélio, entregou a membros do
colegiado documento com mais de 19 mil páginas que constata fraudes em
atestados falsos de profissionais da saúde e da Polícia, em que pessoas
infiltradas facilitavam esquema fraudulento. Funcionários do Hospital Camiliano
de Itapipoca serviam como captadores de pessoas para figurar as fraudes,
explicou o presidente da comissão, José Sarto (PROS).
Seguradora
Segundo ele, todo o procedimento para
aquisição do seguro gira em torno da Seguradora Líder, que desde 2007 atua na
concessão dos seguros, que envolvem outras 77 seguradoras em todo o Brasil na
análise de milhares de processos. Segundo consta no inquérito feito por César
Wagner, uma mulher teria informado que um familiar morreu em decorrência de um
acidente automobilístico e depois foi comprovado que a morte teria sido
ocasionada, na verdade, por uma queda de rede.
Além de Wagner, deverão ser convocados o
delegado Rommel Kerth, titular da Delegacia Especializada, e o delegado Jaime
de Paula Pessoa, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações. A CPI do
DPVAT, instalada em setembro, ouviu o titular de Itapipoca, Marcos Aurélio
França, e o diretor jurídico da Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro
DPVAT, Marcelo Davoli.
Os deputados estão acompanhando casos de
fraudes ocorridos em outros estados, como o de Montes Claros, em Minas Gerais,
onde há indícios de que pessoas da seguradora Líder facilitaram a realização
dos procedimentos. "Pedimos cópia do relatório dado na sequência pela
Polícia Federal e, provavelmente, na semana que vem ouviremos as pessoas
relacionadas nesse inquérito, em Minas Gerais", disse o presidente do
grupo.
Ele informou, porém, que está tentando
conseguir os números relacionados ao Ceará. A estimativa é que o valor da
fraude chegue a R$ 1 bilhão em todo o Brasil. Cerca de 40% do arrecadado pelo
Seguro DPVAT é repassado ao Fundo Nacional de Saúde e 5% para o Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) para estabelecer políticas de educação no
trânsito.
Funcionários
O presidente José Sarto destacou que o
trabalho da comissão será realizando também no próximo ano. Há indícios de que
funcionários do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência estariam envolvidos no
esquema. "É um mundo de coisa que a gente está tentando desenhar. Mas são
muitas informações". Membros do grupo afirmaram que o trabalho tem sido
difícil, pois os crimes envolvem fortunas desviadas e pessoas com influência.
Outra CPI com o mesmo tema já foi realizada
na Assembleia. À época alguns membros foram ameaçados de morte. Assim, o
presidente do colegiado prega cautela. Vice-presidente do grupo, o deputado
Roberto Mesquita (PV) afirmou que o trabalho da CPI está sendo iniciado agora e
já se averiguou que há um "universo de muito dinheiro e muito escuro. É um
número que ultrapassa os R$ 8 bilhões".
Segundo ele, há casos de empresas que estão
sendo recrutadas pelos advogados da própria Seguradora Líder, como ocorreu em
Montes Claros, em Minas Gerais. "Há possibilidade de comprometimento da
Líder até de pequenos agentes públicos que fazem Boletim de Ocorrência
falsificado e advogados que se aproveitam de algumas situações".
Fonte: DN
4 comentários:
Vergonha nacional
Se vier em camocim tambem vão achar coisa hem
Aqui em camocim, qualquer queda Dr bicicleta os caras transformam em evidence Dr moto, pose?
Verdade conheço uma pessoa que caiu de bicicleta e recebeu seguro dpvate rsrsrs é uma comédia!
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