O número de deputados que votou a favor da redução passou de 303 para 323 e os contrários caíram de 184
para 155.
Depois de trocas de acusações e de
a validade da votação ser questionada, a
Câmara dos Deputados aprovou na
madrugada de hoje a Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) que reduz de 18 para 16
anos a maioridade penal. A mudança será válida para quem cometer
crimes hediondos, homicídio doloso, e lesão
corporal seguida de morte. O texto ainda
precisa ser votado em segundo turno antes de
seguir para o Senado.
Com as galerias da Casa vazias e sem protestos, o placar mudou em relação ao da madrugada
anterior. Hoje, 323 deputados votaram sim e 155 disseram não para a emenda aglutinativa de
autoria do deputado Rogério Rosso (PSDDF) que reduz a maioridade. Houve duas abstenções.
Na madrugada da quarta-feira, houve 303 votos sim, 184 não e três abstenções. Para a
aprovação eram necessários, 308 favoráveis à proposta.
De ontem para hoje, foram 20 votos favoráveis a mais. Por outro lado, a decisão contra a PEC
teve 29 votos a menos.
A PEC propõe a redução para os crimes de estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado e
outros (crimes hediondos), homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.
Também mantém a regra de cumprimento da pena em estabelecimento separado dos
destinados aos maiores de 18 anos e dos menores inimputáveis.
Articulação polêmica
Desde a manhã de ontem várias emendas aglutinativas chegaram a ser apresentadas para
votação.
Ao iniciar a sessão, parlamentares do PT, PCdoB, PSB, PPS, criticaram o modo como o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ) conduziu as votações.
Eles argumentaram que as emendas não poderiam ser votadas em função de o texto ter sido
rejeitado na madrugada de ontem. A diferença entre o texto rejeitado e o que foi analisado são
os crimes que implicarão a redução da maioridade.
Para os deputados, Cunha deveria ter colocado para votação o texto original (que reduz a
maioridade penal para todos os tipos de crime). Eles acusam o presidente da Câmara de ter
usado uma manobra para retomar matéria já vencida.
Um grupo suprapartidário já planejava recorrer ao Judiciário. “Não vamos aceitar. Iremos não só
denunciar, mas, se preciso for, recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF)”, disse Weverton
Rocha (PDTMA), integrante desse grupo, antes da votação da emenda.
Num dos momentos mais tensos, o deputado Alessandro Molon (PTRJ), contrário à redução da
maioridade, irritouse quando o presidente da Câmara ficou de costas para ele.
“Vossa Excelência pode decidir não ouvir, pode decidir virar de costas para mim. Pode decidir
conversar com qualquer colega parlamentar que preste a esse papel.
Mas o problema é que
Vossa Excelência passa por cima da democracia, passa por cima da Constituição, passa por
cima do regimento desta Casa até que vença posição de Vossa Excelência”, afirmou Molon.
O deputado Glauber Braga (PSB) também criticou a postura de Cunha. “Não se enganem os
líderes de todos os partidos, o presidente Eduardo Cunha não tem limites”, disse.
Na madrugada de ontem, o relatório do deputado Laerte Bessa (PRDF) foi derrotado em
plenário porque só obteve 303 votos favoráveis, cinco a menos do que o quórum que é exigido
para alterar qualquer ponto da Constituição Federal.
Para tentar reverter votos e garantir a aprovação da redução da maioridade penal, líderes e
deputados favoráveis à punição de jovens maiores de 16 anos apresentaram várias versões de
emendas, com variações sobre crimes que seriam abrangidos.
Para reduzir resistências, a proposta, defendida pelos líderes Rogério Rosso e André Moura
(PSCSE), foi desidratada.
Foram retirados os “crimes cometidos com violência ou grave
ameaça” e os casos de lesão corporal grave. O texto posto em discussão se resumiu à punição
para maiores de 16 anos nos casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal
seguida de morte.
“A cada emenda nova, um voto a mais”, comentou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).
Os líderes também cobraram a presença de deputados ausentes na votação em que a primeira
PEC foi derrotada.
Leonardo Picciani (PMDBRJ) contabilizava três votos a favor de deputados que estavam
viajando e chegaram ontem. Também anunciava a mudança de voto de Lindomar Garçon
(PMDBRO), que se absteve.
Críticas
Um grupo suprapartidário de deputados contrários à redução da maioridade penal prepara um
mandado de segurança que será apresentado ao STF para pedir a anulação de novas votações
sobre o tema no plenário.
Os parlamentares argumentaram que a emenda não tinha base regimental para ser apresentada
agora.
Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a se mobilizar contra a redução da
maioridade. Segundo ele, ao contrário do que anunciaram os líderes, a emenda não exclui o
tráfico de drogas porque esse crime é equiparado ao hediondo.
Fonte: DN
2 comentários:
se preparem para votar daqui alguns anos para 14, depois para 12, ai sim voces vão ver que tem que ser cobrado, e pelo o crime e não pela idade...
Eu sou favoravél qe a (menor idade penal) seja de (12) pois já estrupam e tem permissão para matar assaltam e nada acontece (Tenho Filhos) tbm mas sei educar..
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