A tentativa de transformar em
polêmica a continência à bandeira prestada por alguns atletas do Brasil
medalhistas em Toronto é sintoma de um país ainda mal resolvido com o papel de
suas Forças Armadas e também do Fla x Flu político que tomou conta da nação.
A razão para alguns dos
esportistas da natação e do judô, como Charles Chibana (foto), terem feito o
gesto é muito simples: eles são militares. São integrantes do Exército, da
Marinha ou da Aeronáutica graças a uma parceria entre Forças Armadas e COB que
tem como objetivo:
- 1 - reforçar o time de
atletas militares brasileiros (em 2011, o Rio sediou os Jogos Militares);
- 2 - reforçar a renda (por
meio do soldo) e o acesso à estrutura de treinamento de atletas de ponta.
Tudo isso, é claro, faz parte
de um contexto maior, de um País que decidiu sediar uma Olimpíada e que, pelos
meios disponíveis, procurou investir no esporte de alto rendimento. Mais de 600
atletas chegaram a integrar o programa.
De fato, foi nas Forças Armadas
que esportistas de ponta como a pentatleta Yane Marques, bronze em
Londres-2012, conseguiram obter o respeito e o reconhecimento que merecem. Não
fosse pelo soldo e pelas bolsas recebidas do governo, a pernambucana jamais
conseguiria se dedicar a uma modalidade praticamente desconhecida no Brasil.
Percebe-se, portanto, que a
integração de atletas ao contingente militar tem um objetivo muito claro:
resultados esportivos. Fazer isso é dar bom uso a uma estrutura e uma
instituição que, em tempos de paz, também presta serviços nas áreas de saúde,
construção e educação.
Por isso, qualquer projeto de
análise de cunho político, feito pela própria imprensa ou não, que tente
resgatar o Golpe de 1964 e a ditadura militar que se seguiu - ou que tente
vislumbrar na continência uma suposta demonstração de apoio a uma posição
política - é raso e descabido.
Não custa lembrar novamente: os
atletas que prestam continência são militares, estejam competindo ou não. Por
isso, devem seguir alguns códigos de conduta.
Como o próprio COB fez questão
de esclarecer, o Regulamento de Continências, Honras e Sinais de Respeito prevê
que a “continência é a saudação do militar”. Diz a nota enviada pelo comitê:
Fonte: Isto É
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