16 de julho de 2015

CONTINÊNCIA À BANDEIRA: A POLÊMICA QUE NÃO EXISTE.

A tentativa de transformar em polêmica a continência à bandeira prestada por alguns atletas do Brasil medalhistas em Toronto é sintoma de um país ainda mal resolvido com o papel de suas Forças Armadas e também do Fla x Flu político que tomou conta da nação.
A razão para alguns dos esportistas da natação e do judô, como Charles Chibana (foto), terem feito o gesto é muito simples: eles são militares. São integrantes do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica graças a uma parceria entre Forças Armadas e COB que tem como objetivo:
- 1 - reforçar o time de atletas militares brasileiros (em 2011, o Rio sediou os Jogos Militares);
- 2 - reforçar a renda (por meio do soldo) e o acesso à estrutura de treinamento de atletas de ponta.

Tudo isso, é claro, faz parte de um contexto maior, de um País que decidiu sediar uma Olimpíada e que, pelos meios disponíveis, procurou investir no esporte de alto rendimento. Mais de 600 atletas chegaram a integrar o programa.
De fato, foi nas Forças Armadas que esportistas de ponta como a pentatleta Yane Marques, bronze em Londres-2012, conseguiram obter o respeito e o reconhecimento que merecem. Não fosse pelo soldo e pelas bolsas recebidas do governo, a pernambucana jamais conseguiria se dedicar a uma modalidade praticamente desconhecida no Brasil.
Percebe-se, portanto, que a integração de atletas ao contingente militar tem um objetivo muito claro: resultados esportivos. Fazer isso é dar bom uso a uma estrutura e uma instituição que, em tempos de paz, também presta serviços nas áreas de saúde, construção e educação.

Por isso, qualquer projeto de análise de cunho político, feito pela própria imprensa ou não, que tente resgatar o Golpe de 1964 e a ditadura militar que se seguiu - ou que tente vislumbrar na continência uma suposta demonstração de apoio a uma posição política - é raso e descabido.
Não custa lembrar novamente: os atletas que prestam continência são militares, estejam competindo ou não. Por isso, devem seguir alguns códigos de conduta.
Como o próprio COB fez questão de esclarecer, o Regulamento de Continências, Honras e Sinais de Respeito prevê que a “continência é a saudação do militar”. Diz a nota enviada pelo comitê:


Fonte: Isto É

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