Um novo tipo de armamento não letal foi
autorizado pela Polícia Federal a ser utilizado no Ceará. Pistolas que emitem
descargas que conseguem retardar os movimentos neuromusculares de suspeitos de
crimes foram adquiridas por uma empresa de segurança privada e deverão ser
utilizados por vigilantes, que atuam na segurança de hospitais, escolas e
grandes eventos.
A arma de choque, chamada Spark, é a primeira
deste tipo feita no Brasil. Ela possui dispositivos de segurança que permitem
auditorias em casos de mau uso; e que inviabilizam sua utilização, em caso de
roubo.
"A Spark emite cinco segundos de descarga,
diferente da Taser que enquanto o gatilho for disparado, continua emitindo a
corrente. Este artifício de descontinuar a carga é importante, porque o uso
inadequado destas pistolas podem fazer com que elas deixem de ser não-letais.
Uma descarga exagerada pode ser letal", declarou João Paulo Lima, gerente
de operações de alto risco da Servis Segurança".
De acordo com Lima, um minuto após o disparo da
Spark, o alvo começará a recobrar seus movimentos e em cerca de cinco minutos
deverá ter se recuperado totalmente. Segundo ele, a voltagem de uma descarga da
arma chega a 50 mil volts, mas a potência não é determinante para que uma arma
não letal se torne letal.
"O que influi na letalidade é a amperagem,
que é muito baixa. Mesmo pessoas que tenham problemas cardíacos e usam
marca-passos, por exemplo, não são afetadas por um único disparo, porque o
equipamento instalado no paciente tem um conversor de descargas", afirmou
o diretor.
Secundária
João Lima lembra que a arma não-letal será um
auxílio, um armamento secundário. Os dez vigilantes da Servis que foram
treinados para portar as pistolas continuarão usando seus revólveres. "A
arma incapacitante neuromuscular é indicada para lugares ou situações em que
não é indicado o uso de armas de fogo. Uma invasão a um hospital, por exemplo,
pode ser controlada pela Spark, sem que seja feito um disparo que acabe ferindo
um inocente em sua trajetória".
O diretor executivo da Servis Segurança,
Giuliano Loreiro, disse que esta é uma tentativa da empresa de contribuir com a
cultura de paz. "Entendemos que é possível fazer segurança preservando o
bem maior, que é a vida. Este é um conceito, que pretendemos ampliar e fazer
com que toda a sociedade perceba", afirmou Loreiro.
Fonte: DN
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