23 de abril de 2014

MAIS DE MIL MENORES INFRATORES JÁ FORAM APREENDIDOS NO CEARÁ EM 2014

O número de apreensões de crianças e adolescentes no Ceará neste ano já ultrapassou a barreira de mil. Somente em janeiro e fevereiro de 2014, foram apreendidos 1.013 meninos com idade até 18 anos. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Se comparado ao mesmo período do ano passado, o total de 2014 é superior em 195 casos. Além disso, a média de apreensões por mês em 2014 é de 506. Já em 2013, é de 438. O que mostra maior atuação de crianças e adolescentes no mundo do crime ou ação policial mais precisa.

Motivação

Além disso, ainda de acordo com os dados da secretaria, o principal tipo de infração cometida por esses jovens é o crime violento contra o patrimônio (24,73%), como roubos. Em seguida, aparece o tráfico lícito de drogas, que somado ao consumo de drogas, são os delitos cometidos por 20,24% das apreensões.
“Não se pode responsabilizar somente as drogas por esse resultado [número de apreensões]. Há uma série de deficiências no que se refere às políticas voltadas para a juventude, isso sem falar no contexto de vulnerabilidade social em que muitos jovens e adolescentes vivem”, pondera Ricardo Moura, que é pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV).

Aliado a isso, as escolas não conseguem ser um espaço atrativo e acolhedor para esse público. “Temos então uma série de condições que propiciam o ingresso desse jovem e adolescente em redes criminosas que se alimentam do comércio ilegal de armas de fogo e drogas. E, o mais preocupante, é que esse recrutamento para o mundo do crime ocorre cada vez mais cedo”.

Solução?

Em um período em que o estado e, principalmente, Fortaleza passam por uma forte onda de violência, medidas devem ser adotadas para minimizar os números e reverter o quadro. “O primeiro passo é encarar a nossa juventude como uma fonte potencial de riquezas e não apenas como um problema social”.

Já o segundo passo, seria reformular os centros educacionais para cumprir realmente o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Superlotados e sem as condições necessárias, essas unidades dificilmente conseguirão oferecer uma possibilidade real de mudança de vida aos adolescentes internados.

Fonte: Tribuna do Ceará

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