24 de março de 2014

39 MORTES À BALA NO FIM DE SEMANA MAIS VIOLENTO DO ANO


De sexta-feira às 18 horas de domingo, Fortaleza e Região Metropolitana registraram 67 assassinatos, 39 dos quais à bala. O índice supera até o fim de semana do Carnaval.  
 
Da zero hora de sexta-feira, 21, às 18 horas de domingo, mais 38 pessoas haviam morrido pelo uso de armas de fogo na Capital e cidades adjacentes. Contabilizados outros tipos de óbito, o total vai a 67. E tende a aumentar, quando consideradas as ocorrências registradas nas seis horas restantes do dia.
O POVO chegou aos números acessando relatórios da Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) publicados na Internet e ouvindo fontes da Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
Os 39 óbitos à bala fazem os últimos três dias mais violentos até do que o fim de semana do Carnaval, quando as mortes por arma de fogo foram 23 na Região.

Conforme O POVO mostrou em reportagem especial no último dia 17, armas de fogo foram os vetores de 83% das 772 mortes violentas do Ceará acontecidas entre janeiro e fevereiro deste ano. E as vítimas preferenciais tinham justamente o perfil de Raphael. Eram homens, jovens e moradores de periferia. “Ele era 100%! Com ele, não tinha tempo ruim. Quando a pessoa é direita, você nunca pensa que vai acontecer isso, né?”, lamentou o representante comercial Luís Sampaio, 38. A amizade entre ele e Raphael durou 12 anos.

A família era só silêncio no velório montado na sala da casa da avó, Elvira, lugar onde Raphael nasceu e se fez gente. A casa dista duas quadras de onde ele morava com os pais. E fica a 1,5 quilômetro do local onde o tiro atingiu-o sem chance de socorro no Frotinha de Messejana.

Vizinhos e amigos eram inconformismo. E a boa lembrança de um jovem que chegou a cursar o ensino superior, trabalhava num depósito de bebidas e tinha planos de mudar de emprego muito em breve. “Ele era um menino calmo. Não gostava de confusão. Era alegre e brincalhão. Uma pessoa como ele é difícil de encontrar hoje em dia. Ainda não estou acreditando”, declarou a serviços gerais e amiga da família Neide Pinheiro, 45.

Investigação

Até o fechamento da matéria, ninguém havia sido preso pela morte de Raphael. E a Polícia ainda não tinha pistas dos assassinos. O inquérito policial foi instaurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as investigações serão retomadas hoje.

Raphael Lopes foi enterrado ainda ontem, no cemitério Memorial Fortaleza. O sepultamento ocorreu minutos após uma vizinha dele explicar ao filho pequeno, no colo, que o jovem fora “para a vida eterna.”

“Ele morreu?”, questionou o garoto. “Morreu. Foi gente ruim, sem coração, que fez isso”. “A senhora tem bom coração, mãe?”. “Acho que tenho. E você também. A gente tem que amar. Tem que amar, viu?”, arrematou. Porque tragédias nos permitem lições. (Colaborou Demitri Túlio)

Fonte: O POVO

2 comentários:

Anônimo disse...

A realidade é q a bandidagem ta armada até os dentes , e ad leis desse país ainda favorecem os pilantras.

Anônimo disse...

ABAIXO A MAIORIDADE PENAL. QUE VOLTEM OS MILITARES AO PODER. ABAIXO ESSE GOVERNO MISERÁVEL DO PT, QUE GOSTA DE BANDIDOS.