De sexta-feira às 18 horas de domingo, Fortaleza
e Região Metropolitana registraram 67 assassinatos, 39 dos quais à bala. O
índice supera até o fim de semana do Carnaval.
Da zero hora de sexta-feira, 21, às 18 horas de domingo, mais 38 pessoas haviam morrido pelo uso de armas de fogo na Capital e cidades adjacentes. Contabilizados outros tipos de óbito, o total vai a 67. E tende a aumentar, quando consideradas as ocorrências registradas nas seis horas restantes do dia.
Da zero hora de sexta-feira, 21, às 18 horas de domingo, mais 38 pessoas haviam morrido pelo uso de armas de fogo na Capital e cidades adjacentes. Contabilizados outros tipos de óbito, o total vai a 67. E tende a aumentar, quando consideradas as ocorrências registradas nas seis horas restantes do dia.
O POVO chegou aos números acessando relatórios
da Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) publicados
na Internet e ouvindo fontes da Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
Os 39 óbitos
à bala fazem os últimos três dias mais violentos até do que o fim de semana do
Carnaval, quando as mortes por arma de fogo foram 23 na Região.
Conforme O POVO mostrou em reportagem especial
no último dia 17, armas de fogo foram os vetores de 83% das 772 mortes
violentas do Ceará acontecidas entre janeiro e fevereiro deste ano. E as
vítimas preferenciais tinham justamente o perfil de Raphael. Eram homens,
jovens e moradores de periferia. “Ele era 100%! Com ele, não tinha tempo ruim.
Quando a pessoa é direita, você nunca pensa que vai acontecer isso, né?”,
lamentou o representante comercial Luís Sampaio, 38. A amizade entre ele e
Raphael durou 12 anos.
A família era só silêncio no velório montado na
sala da casa da avó, Elvira, lugar onde Raphael nasceu e se fez gente. A casa
dista duas quadras de onde ele morava com os pais. E fica a 1,5 quilômetro do
local onde o tiro atingiu-o sem chance de socorro no Frotinha de Messejana.
Vizinhos e amigos eram inconformismo. E a boa
lembrança de um jovem que chegou a cursar o ensino superior, trabalhava num
depósito de bebidas e tinha planos de mudar de emprego muito em breve. “Ele era
um menino calmo. Não gostava de confusão. Era alegre e brincalhão. Uma pessoa
como ele é difícil de encontrar hoje em dia. Ainda não estou acreditando”,
declarou a serviços gerais e amiga da família Neide Pinheiro, 45.
Investigação
Até o fechamento da matéria, ninguém havia sido
preso pela morte de Raphael. E a Polícia ainda não tinha pistas dos assassinos.
O inquérito policial foi instaurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP) e as investigações serão retomadas hoje.
Raphael Lopes foi enterrado ainda ontem, no
cemitério Memorial Fortaleza. O sepultamento ocorreu minutos após uma vizinha
dele explicar ao filho pequeno, no colo, que o jovem fora “para a vida eterna.”
“Ele morreu?”, questionou o garoto. “Morreu. Foi
gente ruim, sem coração, que fez isso”. “A senhora tem bom coração, mãe?”.
“Acho que tenho. E você também. A gente tem que amar. Tem que amar, viu?”,
arrematou. Porque tragédias nos permitem lições. (Colaborou Demitri Túlio)
Fonte: O POVO
2 comentários:
A realidade é q a bandidagem ta armada até os dentes , e ad leis desse país ainda favorecem os pilantras.
ABAIXO A MAIORIDADE PENAL. QUE VOLTEM OS MILITARES AO PODER. ABAIXO ESSE GOVERNO MISERÁVEL DO PT, QUE GOSTA DE BANDIDOS.
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