Um presidiário cearense considerado de alta
periculosidade, e que por isso era mantido desde 2012 na distante penitenciária
federal de Catanduvas, no Interior paranaense, está de volta ao Ceará. E pode
ser solto em breve.
Mesmo com extensa ficha criminal, com seis
condenações e 42 anos e meio de penas somadas a cumprir, respondendo a pelo
menos 16 processos (apenas na comarca de Fortaleza), está prestes a ganhar a
liberdade condicional. Terá direito ao regime semi-aberto e a trabalho externo
- voltando toda noite para dormir no presídio.
Autoridades judiciais e penitenciárias locais
temem que o benefício se transforme em fuga.
Francisco das Chagas Rodrigues, o Zito (ou
Zico), de 35 anos, desembarcou no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em
Fortaleza, no final da noite da última terça-feira, dia 28. Em operação
sigilosa, veio escoltado em voo comercial, e foi levado direto para a Casa de
Privação Provisória de Liberdade 1 (CPPL), em Itaitinga. Lá, continuava pelo menos
até a noite da última sexta-feira.
As condenações e acusações contra Zito são por
crimes dos mais violentos: assaltos, sequestro, tráfico de drogas, porte ilegal
de arma, formação de quadrilha, latrocínio e fugas de presídios cearenses. Na
maior delas, em 2011, fugiram ele e outros nove pela porta da frente do
Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira (IPPOO 2), em Itaitinga. Plano
supostamente “patrocinado” pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Zito
foi apontado como um dos mentores.
Acredita-se que haja mais ações registradas em
processos de comarcas do Interior cearense e de outros Estados também. A mesma
Justiça que o liberou corre para tentar evitar legalmente a soltura. “Dentro da
metodologia prudencial, estamos checando se há outras ações (criminais) dele
Brasil afora. Mas é a falta que faz um banco de dados único”, reclama o juiz da
1ª Vara de Execução Penal em Fortaleza, Luiz Bessa Neto.
Ele cobra a necessidade de um sistema que
pudesse checar mais facilmente a ficha dos detentos, e assim impedir a
desinformação de mandados de prisão existentes mesmo em comarcas vizinhas.
AUDIÊNCIA
Ao ser pedida a renovação da permanência de Zito
em Catanduvas, a Vara Federal das Execuções Penais no Paraná descobriu a
concessão do regime semi-aberto e o direito a trabalhar fora da cadeia. Isso
garantido por uma decisão tomada em 2012 pelo desembargador Paulo Camelo Timbó,
do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Tramitou durante todo esse tempo por
conta da distância e das demandas judiciárias, explicou o juiz Bessa Neto.
A 1ª Câmara Criminal do TJCE, que avalia
recursos de condenações penais, havia atendido à época a um pedido de habeas
corpus (processo nº 0076165-32.2012.8.06-0000) para outro réu em caso
semelhante. O benefício acabou estendido a Zito, em 29 de dezembro de 2012, por
decisão exclusiva de Timbó.
Ao O POVO, o desembargador explicou, em nota
enviado pela assessoria de seu gabinete no início da noite da última
sexta-feira, que a volta de Zito ao Ceará teria sido para comparecer a
audiência na Vara de Execução Penal, em Fortaleza, no próximo dia 11 de
fevereiro.
Porém, contradizendo esta informação, o juiz
Bessa Neto, em entrevista também na sexta-feira, mais cedo, disse só ter
programado a audiência - que tratará sobre a fuga de 2011 do IPPOO 2 - após a
chegada do detento e ao saber da possível soltura.
A ordem para soltar Zito surpreendeu a
Secretaria Estadual da Justiça. Oficialmente, a Sejus confirmou a transferência
de Zito para o Ceará e que aguarda o desfecho a ser dado pela Justiça Estadual.
O detento já fugiu também da Colônia Agrícola do Amanari, em 2009, e do
Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em 2006. A se confirmar o regime
semi-aberto, o juiz Bessa Neto já confirmou que Zito será mais um dos cerca de
230 presos monitorados no Ceará por tornozeleira eletrônica.
16 processos contra Zito tramitam na Comarca de
Fortaleza
CRIMES E CONDENAÇÕES
- 1999: Condenado a um ano de detenção por porte ilegal de arma. Crime cometido em Guarulhos (SP)
- 2000: Condenado a 20 anos de reclusão por latrocínio. Crime foi em Guarulhos (SP)
- 2001: Condenado a seis anos de reclusão por assalto. Crime aconteceu em Monsenhor Tabosa (CE)
- 2007: Condenado a nove anos de reclusão, em regime fechado, por tráfico de drogas. O crime foi registrado em Fortaleza.
- 2007: Condenado a seis de reclusão em regime aberto por formação de quadrilha. O caso foi em Fortaleza.
- 2009: Condenado a quatro anos de reclusão em regime fechado por tráfico de drogas. O crime foi registrado na Comarca de Aquiraz.
Fonte: O POVO
Matéria indicada por um leitor
3 comentários:
A única solução é detonar esses bandidos, pq se for esperar por essa merda justiça brasileira, o povo se lasca de cabo a rabo, tenho vergonha dessa justiça desgraçada.
O que vemos é a polícia fazendo sua parte, j´os outros órgão estão deixando a desejar.
esse já os outros papoca ele aguardem.
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