Em apenas 37 dias de 2014, 33 mulheres foram
mortas no Ceará, sendo 29 delas somente na Capital e na RMF
Crimes violentos, marcados pela crueldade e
premeditação marcaram os primeiros dias de 2014 em relação a mulheres. Somente
em Fortaleza, 21 jovens e adolescentes do sexo feminino foram assassinadas, no
período entre o dia 1º de janeiro e o dia 6 de fevereiro.
Outras oito foram mortas em Municípios da Região
Metropolitana (duas em Caucaia, duas no Eusébio, uma em Maranguape, uma
Maracanaú e outra em Pacajus) e outras quatro executadas no Interior do Estado
(duas em Juazeiro do Norte, uma em Crateús e outra em Araripe).
Números
No total, 33 mulheres mortas em apenas 37 dias.
Em igual período do ano passado, foram registrados 17 casos, o que representa
uma alta da ordem de 94,1por cento. Em todo o ano de 2013, 214 mulheres foram
vítimas de assassinatos no Ceará. Em 2012, foram anotados 200 casos, um aumento
de sete por cento entre os dois anos.
O que chamou a atenção das autoridades da
Segurança Pública neste começo de ano, foi uma sequência de crimes cruéis
contra mulheres. Para começar, logo aos 27 minutos do dia 1º de janeiro (o
primeiro caso de homicídio do ano no Estado), duas jovens foram assassinadas, a
tiros, em Fortaleza.
O duplo homicídio ocorreu no bairro Vila Velha,
na zona Oeste da Capital, quando foram executadas a tiros Nataly Silva de Lima,
18; e sua amiga Francisca Regilene da Silva Sá. O crime ainda não foi
esclarecido, mas há indícios de que o duplo assassinato deveu-se à uma dívida de
drogas.
O caso agora está sendo investigado pelas
equipes de delegados, escrivães e inspetores do 17º DP (Vila Velha) e pela
Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Vítimas
Josiane da Silva Marreira, Claudene Rodrigues da
Silva, Elenice Miranda da Silva, Maria do Socorro Lira, Antônia Elisângela
Soares de Freitas, Luana Francilene Alves de França, Gecilene Albano Rodrigues,
Marina Silva dos Santos, Evanise de Freitas, Cláudia Maria da Conceição, Maria
Edileuza Ferreira Lima, Brena Sousa da Silva, Márcia Nunes Fernandes, Francisca
Joice Alves Guaiuba, Kátia Silva Rabelo, Janaína Tomaz da Silva, Luíza Laura de
Sousa, Gerlânia dos Santos Ferreira e Clauduína Moura de Souza estão entre as
vítimas dos assassinatos na Grande Fortaleza. No Interior, foram mortas
Raimunda Martins de Lima (Juazeiro do Norte), Lídia Maria Moreira da Silva
(Araripe), Antônia Lúcia Alexandre de Sousa (Crateús) e Cícera Apoliana
Gonçalves de Sousa (Juazeiro do Norte).
Crimes sexuais
Além dos crimes relacionados a drogas, mulheres
continuam sendo vítimas de violência sexual e acabam assassinadas. Foi o que
aconteceu na madrugada da última quinta-feira (6), em Fortaleza, quando uma
jovem de 28 anos, identificada como Clauduína Moura de Sousa foi encontrada
morta em um terreno baldio no bairro Luciano Cavalcante. Os indícios
comprovados pela Perícia Forense confirmaram que a vítima sofreu abuso sexual.
Depois de estuprada por três homens, ela foi assassinada a pauladas e o corpo
deixado no mato. No mesmo dia, os três suspeitos foram detidos e confessaram o
crime.
No dia anterior, a vítima foi uma menina de
apenas 11 anos de idade. A pequena Gerlânia dos Santos Ferreira foi encontrada
morta dentro de uma vala repleta de lama. O crime brutal aconteceu no distrito
de Pajuçara, em Maracanaú. Segundo a família, Gerlânia era usuária de drogas.
Fumava pedras de crack desde os 9 anos de idade e, por conta disso,
praticamente abandonara a família. Era vista sempre perambulando pelas ruas
daquele distrito. Até que na manhã de quarta-feira seu corpo foi encontrado com
marcas de violência e abuso sexual.
Já no bairro Rodolfo Teófilo, uma dona de casa e
funcionária de uma creche acabou sendo assassinada por ordem do tráfico.
Elenice Miranda da Silva esperava uma amiga na calçada de um mercadinho, na Rua
Francisca Clotilde, quando foi atacada por dois homens numa motocicleta. Sem
chance de defesa, foi assassinada com um tiro na cabeça.
O ex-marido de Elenice contou que, um ano antes,
Elenice havia sofrido ameaças de uma traficante na Bela Vista. Por conta disso,
mudou-se para outro bairro. Ao ser descoberta pelos criminosos, foi
sumariamente executada.
Rotina
Casos assim, passaram a ser rotina no dia a dia
da violência na Grande Fortaleza. Conforme as autoridades, o envolvimento de
jovens no tráfico de entorpecentes vem gerando as constantes execuções. Muitas
vezes, pessoas inocentes pagam pela ligação de familiares com traficantes. Foi
o caso de um crime ocorrido em janeiro último na Favela São Miguel, em
Messejana, onde foi morta a dona de casa Maria Edileuza Ferreira Lima. Na noite
de 26 do mês passado, um domingo, ela estava na porta de casa quando foi
atingida por vários tiros e morreu na hora.
Edileuza vinha sendo ameaçada de morte. Dois de
seus filhos também haviam sido assassinados. Um deles era traficante.
FERNANDO RIBEIRO/Editor de Polícia
Um comentário:
Se fossem gays, a LGBT já estava dizendo que era aumento de homofobia.
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