O Serviço de Inteligência
descobriu indícios de que a droga veio de São Paulo por ordem da organização
criminosa.
A Polícia cearense investiga a
origem do carregamento de 107,4 quilos de cocaína pura apreendido na noite de
terça-feira última, durante um cerco de policiais da 1ª Companhia do 15º BPM
(Eusébio) em um galpão nas margens do 4º Anel Viário. Informações que estão
sendo apuradas pelo Serviço de Inteligência do Comando-Geral da PM indicam que
a droga foi enviada ao Ceará pela organização criminosa paulista Primeiro
Comando da Capital (PCC) e iria abastecer diversos traficantes que atuam em
Fortaleza e no Interior.
A prisão de três envolvidos no
tráfico indicam o envolvimento do PCC na remessa da droga em grande escala para
o Ceará, fato que já vinha sendo investigado sigilosamente pela Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
O cerco aos traficantes ocorreu
quando uma patrulha da Força Tática de Apoio (FTA) do 15º BPM, composta pelos
cabos PMs Amâncio e Eudásio e pelo soldado Estelino, fazia rondas pelo Anel
Viário e os militares desconfiaram quando uma carreta entrava em um galpão com
placa de aluguel. Quando a patrulha cercou o local, houve tiroteio. Pelo menos,
três homens conseguiram fugir, deixando para trás uma caminhonete Sorento,
prata, com placa EPS-7557, inscrição de Guarujá (SP).
Drogas
No local da operação, foram
presas três pessoas, o paranaense Joseph Alex Rodrigues, 27, natural de
Maringá; a namorada dele, Ducilene Simão, 27, nascida na cidade de Marialva
(PR); e o paulista Felipe Muniz dos Santos, 32, natural de Santos.
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| A carreta, com placa de Mato Grosso do Sul, transportava as drogas num fundo falso na carroceria e foi interceptada pela Força Tática de Apoio do 15 º BPM (Eusébio) quando entrava no depósito. Na hora do cerco, houve uma troca de tiros |
O primeiro, informou que era o
motorista da carreta de placas HRO-6430, inscrição de Campo Grande, Mato Grosso
do Sul. Ele contou, a princípio, que trouxe de São Paulo uma carga de farinha
de trigo que foi descarregada em uma fábrica de massa, na BR-116, em Aquiraz, e
que iria guardar a carreta no galpão.
No entanto, a Polícia decidiu
fazer uma revista na carreta e acabou descobrindo um fundo falso na carroceria,
onde estavam 105 tijolos de cocaína pura envoltos em plástico preto.
Ameaça de resgate
Segundo o capitão Julião
Júnior, do 15º BPM, o local foi cercado numa operação integrada do Policiamento
Ostensivo Geral (POG) com o Ronda do Quarteirão e a Guarda Municipal do Eusébio
(GME), mas outros três traficantes conseguiram empreender fuga.
Ainda na noite de terça-feira,
a droga e os três suspeitos foram levados, sob forte escolta policial, para a
Delegacia Metropolitana do Eusébio (DME). Em seguida, a Inteligência do
Comando-Geral da PM passou a investigar o caso e descobriu que bandidos
estariam planejando resgatar os comparsas presos e reaver o carregamento de cocaína.
Por medida de segurança, a PM e
a Guarda Municipal do Eusébio bloquearam a Avenida Eusébio de Queiroz, a
principal via daquela cidade, para impedir o eventual resgate. A ação contou
com o apoio de patrulhas do Comando Tático Motorizado (Cotam), do Batalhão de
Polícia de Choque (BPChoque).
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| Joseph Alex Rodrigues, 27, natural de Maringá (PR), dirigia a carreta que transportava a carga de cocaína/ A paranaense Ducilene Simão, 27, namorada do caminhoneiro, também foi presa durante o cerco policial/ O paulista Felipe Muniz Martins dos Santos, 32, escoltava a carga e trocou tiros com os policiais na hora do cerco |
Passagem
Além do carregamento de
cocaína, a Polícia apreendeu vários telefones celulares que eram usados pelos
traficantes para se comunicarem durante o trajeto do carregamento até
Fortaleza. Ainda conforme a PM, parte da quadrilha viajava no Sorento prata, atuando
como ´batedores´, isto é, verificando se à frente havia barreiras policiais.
O paranaense Joseph Alex
revelou que havia apanhado a cocaína na Bahia e que esta era a primeira vez que
vinha ao Ceará. Contudo, a Polícia descobriu nas bagagens do casal uma passagem
aérea que indicou uma viagem na rota São Paulo-Fortaleza, em nome da namorada
dele, Ducilene Simão, realizada em abril passado. Já o paulista Felipe Muniz
teria vindo ao Ceará, supostamente, a mando do PCC.
FERNANDO RIBEIRO/EDITOR DE POLÍCIA
FONTE: DN
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