A moto de um jovem foi apreendida em Apucarana,
interior do Paraná, porque a documentação estava irregular. Revoltado, Diego
Bolonhezi Goedi, de 24 anos, reclamou que os PMs invadiram a casa dele, xingou
os policiais e as esposas deles.
O desabafo foi publicado no dia 25, horas depois
da apreensão. A polícia tomou conhecimento das mensagens e fez uma cópia de
tudo o que foi publicado. Quando o rapaz foi buscar a moto, recebeu voz de
prisão, acusado de desacato.
"Muitas pessoas se sentam em frente ao
computador e se transformam, achando que podem colocar o que quiser, escrever o
que quiser, e não é verdade", diz Daniel Rodrigo de Souza, relações
públicas da PM.
Diego foi levado para a delegacia, assinou um
termo se comprometendo a comparecer em uma audiência e foi liberado. Ele não
quis gravar entrevista. Por telefone, a mãe do rapaz diz que ele está
arrependido e concordou com a atitude da polícia. "Se ele recebeu uma
punição, ele vai arcar com as consequências, porque esse é o tipo de coisa que
não se faz. Que isso sirva de exemplo pra muita gente que entra em redes
sociais falando mal dos outros, sabendo, achando que isso não vai ter
consequências, e isso tem consequência".
Foi o segundo caso de desacato virtual
envolvendo a polícia militar do Paraná. Há dois meses, uma moça também foi
parar na delegacia depois de reclamar da apreensão do carro do irmão dela.
Mais casos devem acontecer. A PM diz que
acompanha o que é escrito contra ela nas redes sociais e que não vai tolerar
mais ofensas. "Mesmo na frente do computador, numa rede social, é preciso
tomar cuidado porque seremos responsabilizados pelos crimes que cometemos de
forma virtual”, afirma relações o públicas da PM.
O advogado, especialista em crimes virtuais,
Fernando Peres, alerta que falar mal da polícia nas redes sociais é crime. Ele
explica que a ofensa publicada na internet é ainda mais grave por causa do
alcance da rede e diz que ao usar uma rede social, a pessoa não pode confundir
liberdade de expressão com ofensas.
"Ela não deve tecer comentários danosos e
deve ponderar se aquelas informações vão prejudica a parte oposta então ela
deve ter cuidado em expressar sua opinião, mas nunca agredir a honra de outra”,
comenta Peres.
Fonte: Jornal Hoje
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