Um ato de desespero e amor.
Depois de ver o filho se acabar no consumo de crack, a dona de casa Marilene
Alves Leôncio (53), moradora na avenida Dom Pedro II, na Vila Planalto, em
Caarapó, acorrentou o filho e colocou um cadeado. Agressivo, o rapaz de 26 anos
não se conforma em ficar em casa e constantemente faz até ameaças de morte a
mãe.
Foi na noite de segunda-feira que a dona de casa resolveu tomar a decisão de não deixar o filho sair de
casa. Recentemente ela procurou ajuda ao CaarapoNews e as autoridades do
município, entre elas um vereador e o defensor público, mas a grande
dificuldade é encontrar uma vaga para internação.
"Toda vez que procuro
internação a resposta é a mesma: não há vagas. Não dá para deixar ele assim.
Estou com medo, quero salvar meu filho", desabafa a mãe, que não possuiu
condições de pagar um tratamento particular.
Marilene conta que o rapaz
ficou furioso com as correntes, mas essa foi à única solução que ela disse ter
encontrado para que ele não saia de casa. “Ele está nervoso, agressivo, faz
ameaças e tentou estourar o cadeado, só não conseguiu porque os seus irmãos
ficam em cima. È difícil ver ele assim, mas foi a única maneira que encontrei
para que não matem ele na rua”, explica.
Ameaças de morte
A intranquilidade na vida da
família é constante, não a um minuto de sossego. Quando não são os gritos do
filho usuário de drogas, Marilene atende pessoas que chegam na porta da casa
dela cobrando dívidas de droga e querendo dinheiro. Alguns dizem que vão matar
o filho viciado.
"Ele pega celular e as
coisas das pessoas, vende e fuma tudo em droga. Eles já me avisaram que vão
matar meu filho e não vão perdoar. Preciso salvá-lo e arrumar logo uma clínica
para ele deixar as drogas", suplica a mãe.
Recentemente o vereador André
Nezzi (PSL), que acompanha o drama dessa mãe, a acompanhou na Defensoria
Pública do município. “Fomos até lá, contamos a história dela ao defensor, que
nos atendeu muito bem, porém, existem vários outros casos parecidos como esse e
estamos tentando, junto com ele, uma ordem judicial para uma internação
compulsória do rapaz”, explica o vereador, relatando que na semana retrasada
conseguiu juntamente com o secretário de saúde Ireu Barros e o prefeito Mário
Valério o pedido de internação de uma gestante, viciada em crack, portadora do
vírus HIV.
“Esperamos ter o mesmo sucesso
também nesse caso. Sabemos que o problema é muito mais amplo do que uma simples
internação, mas acho que de momento já vai aliviar o sofrimento dessa família”,
finalizou Nezzi.
Fonte: Caarapó News
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