18 de outubro de 2013

PCC NO CEARÁ: INFORMAÇÕES SOBRE FACÇÕES PAULISTAS FORAM IGNORADAS, DIZ "O POVO".

Pelo menos cinco presos, que cumprem pena no sistema  penitenciário de São Paulo, comandariam os interesses criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Ceará e Rio Grande do Norte. Um documento do Ministério Público paulista do ano passado, que O POVO teve acesso com exclusividade, aponta que os bandidos conhecidos pelos apelidos de “Wendel, R. U., Orlandinho, Volverine e Uton” seriam responsáveis pelas ações da facção nestes estados. 
A informação, repassada pelo promotor Flávio Okamoto, do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), revela que há um núcleo unificado do PCC (composto por criminosos presos ou soltos) denominado “Geral do Rio Grande do Norte/Ceará”. Seria o braço gerencial da facção nos dois Estados. Okamoto é um especialista em PCC no Ministério Público de SP.

Segundo uma fonte de São Paulo, os nomes e os números dos telefones celulares (DDD 11 e 12) de Wendel, R. U., Orlandinho, Volverine e Uton foram reveladas para autoridades cearenses em junho do ano passado. Flávio Okamoto sugeriu, na época, que fossem solicitadas à Justiça interceptações telefônicas nos aparelhos dos presos paulistas. Facilmente, segundo o promotor do Gaeco, os serviços de inteligências dos governos do Ceará e Rio Grande do Norte chegariam a outros tentáculos do PCC aqui.
Ou então, orientava o promotor da Justiça paulista, que se quebrasse o sigilo telefônico dos presos citados no documento. Uma análise das relações de chamadas para o Ceará e RN apontaria para líderes locais do PCC e ações no Nordeste.
Além dos nomes dos cinco criminosos, e dos números dos telefones celulares, o documento também revelava que de janeiro a setembro de 2011 haviam sido batizados 19 membros do PCC no Ceará. Dois dos deles “na rua”, pois se encontravam em liberdade.
Segundo a informação, os 19 batismos de bandidos cearenses corresponderiam, na época, a 4,4% dos “batizados” fora de São Paulo. O Ceará aparecia como o 7° Estado que mais batizara novos membros naquele período. 
Nada de investigação
Os dados encaminhadas pelo promotor Flávio Okamoto não despertaram interesse entre as autoridades quem comandam a Segurança Pública e o Sistema Prisional cearenses. Até ontem, não havia nenhuma investigação nem troca de dados em torno dos nomes de Wendel, R. U., Orlandinho, Volverine e Uton. 

À repórter Mariana Lazari, o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Andrade Júnior, afirmou não saber de “números específicos de membros” do PCC no Estado.
E, por email, Mariana Lôbo, Secretária da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), informou ao O POVO que: “A Sejus-CE não recebeu nenhum pedido vindo do Ministério Público de São Paulo a respeito da ramificação do PCC no sistema prisional cearense, mas se coloca à disposição de auxiliar a Justiça paulista, por meio de sua Coordenadoria de Inteligência (Coint), no que for necessário, respeitando o sigilo desta investigação e a segurança penitenciária no Estado do Ceará”.
Fonte: O POVO

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