A morte do MC Daleste não está sendo desprezada pelos policiais que a investigam. Deve ser apurada com a mesma ênfase de qualquer outra, vidas humanas não são valoradas de maneira desigual. É preciso identificar a autoria e esclarecer as circunstâncias, para verificar se justificam a conduta de quem praticou o ato. Mas o fato é proveitoso para se obter um retrato do pensamento de parte da sociedade.
A comoção vista nas redes sociais é expressiva, um grande número de pessoas acompanhou o sepultamento, a Guarda Civil teve trabalho para conter o tumulto no cemitério. Mas qual a bandeira que esse indivíduo carregava? Seus versos deixam claro:
"Matar os policia é a nossa meta
Fala pra nós quem é o poderMente criminosa coração bandidoSou fruto de guerras e rebeliõesComecei menor já no 157Hoje meu vicio é roubar profissão perigoEspecialista formado na faculdade criminosaArmamento pesado ataque soviético e que esseÉ o bonde do mk porque quem manda aquiÉ o 1 p e 2 c fala pra nois que é o poder"
A opção da vida dele foi pelo crime, viver fora da lei, contra a sociedade organizada. Cantava o funk ostentação, que enaltece o valor dos bens materiais e sugere a via criminosa como meio de acesso ao patrimônio.
A posição da família é compreensível, o pai do finado disse que “Foi inveja, inveja mata!”. Por certo, quem tem inveja desse tipo de sucesso é perfeitamente capaz de praticar homicídios e outros crimes violentos. “Era um menino muito bom, carismático, dócil”. Era mesmo, ó:
"Vai ser na zona sul que vamos atuar
Por em ação esse assaltoPike homem bomba nois parte pra pistaSem medo nenhum é toma lá da cá
A defesa da reputação, apesar das evidências de desvio de conduta, é feita de modo entusiasmado pelos fãs. Os “colegas de profissão”, como o MC Guimê, frisam em suas mensagens um pensamento curioso: “Nossa única arma é o microfone!”. É né? Tá certo… Melhor é a franqueza do MC Buru: “Daqui a uns dias o MC vai ter que cantar com microfone em uma mão e [arma] automática destravada na outra”. É assim que eles pedem paz.
Agora pare e pense (e se quiser, pesquise) quantos seguidores tinha esse líder. Quantas curtidas ele recebia por dia. É esse o tipo de herói cultivado pela ideologia Vida Loka. Só faltam manifestações fechando a Avenida Paulista em protesto contra a morte do grande cantor. Sabe por que (ainda) não tem? Porque ele não morreu em confronto com a Polícia.
Muitos policiais são recebidos a tiros por elementos armados, se sobressaem no confronto e acabam sendo condenados pela opinião pública e algumas autoridades. Depois que morre, todo mundo é bom, a família defende a qualquer custo, vizinhos não medem esforços, os amigos ficam ao lado da vítima, coitadinho. Essa é a realidade que alguns bons policiais insistem em querer mudar, a da inversão total de valores. É uma luta vã? Vale a pena?
Vá em frente, não desista.
Fonte: Abordagem Policial
6 comentários:
é a lei da semeadura plantou colheu
CALA SUA BOCA . Isso é apenas letras .. já que é assim que define uma Pessoa , pelas palavras .. vai prende todos os restos de cantores.
Concordo com todas as palavras supracitadas.
Evidentemente as autoridades brasileiras estão perdendo o controle. Este garoto poderia sim ser uma boa pessoa. Por quê não seria? Só que sua vida desregrada pode ter sido fator de relevante importância para o desfecho de sua morte. Uma vida no crime pode ser fácil, mas se perde a vida com facilidade também. Cada um tem o direito de escolher qual o caminho a seguir.
O Mundo do crime financia seus sonhos, no entanto o preço a ser pago será com a vida.
Quer dizer q voces acham certo matar um garoto de 20 anos por causa disso,ele ta é cantando!
independente da conduta da pessoa ou nao; nada da o direito de uma pessoa matar a outra!DEUS nos deu a vida e apenas ele pode tirá-la de nós...pagar o MAL com o MAL só vai gerar mais GUERRA!OFICIAIS DA LEI deveriam ser os primeiros a dar esse exemplo!
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