21 de agosto de 2012

JUIZ PREOCUPADO COM O ATUAL SISTEMA PARA RECUPERAÇÃO DE MENORES INFRATORES NO CEARÁ.

O juiz da 5º Vara da Infância e da Juventude, Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, demonstrou preocupação especial ao falar da situação em que se encontram as unidades destinadas a abrigar adolescentes infratores. Ontem, ele falou sobre a rebelião ocorrida, domingo último, no Centro Educacional Patativa do Assaré. O juiz relata o que aconteceu, ressaltando que jamais vira destruição tão grande.


Segundo Clístenes, o problema só tende a aumentar, já que a reincidência e a gravidade dos atos infracionais praticados é cada vez maior. Para ele, mesmo depois de vários ofícios terem sido enviados à Secretaria Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) o quadro permanece o mesmo, a proporção de adolescentes infratores que ingressam no sistema não é compatível com as vagas que existem. Atualmente, são 500 vagas nos centros, que abrigam 917 menores em conflito com a lei.

No momento em que a rebelião foi controlada e o juiz pode falar com os internos, não identificou o motivo da rebelião. Eles divergiram e reclamaram da comida, de instrutores agressivos, de visitas reduzidas e da lotação. "Não reivindicavam nada especial. Os profissionais se esforçam muito para que tudo seja de qualidade para os internos, apesar das deficiências". Na tarde de ontem, os envolvidos na rebelião foram submetidos a exame de corpo de delito e, somente depois dos resultados, os procedimentos serão feitos para indiciá-los por dano e por agressão, já que um instrutor ficou ferido.

Balanço

Segundo o juiz, a diretoria do Centro informou que todas as portas do local foram quebradas, muitas grades arrancadas, o laboratório de Informática, que contava com 12 computadores foi destruído, e as oficinas de confecção de vassouras e bolsas acabaram incendiadas. 

Fonte: DN

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