A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei que prevê a possibilidade de internação obrigatória por ordem judicial dos dependentes de droga ou álcool, quando for comprovada a necessidade para fins terapêuticos ou quando necessária à ordem pública. A ação, entretanto, pode não ser tão eficaz no processo de recuperação do dependente químico.
De acordo com o autor, o próprio Ministério da Saúde já vem trabalhando com a hipótese da internação obrigatória.
Ele lembra que, no lançamento do conjunto de ações para o enfrentamento ao crack, em dezembro de 2011, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a “pasta considera a internação compulsória de usuários de drogas um mecanismo fundamental em situações nas quais há risco de vida”.
Porém, o psicólogo e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Élton Gurgel, ressalta que é preciso ser feita uma avaliação criteriosa para cada caso, pois o tratamento obrigatório é bem menos efetivo do que quando o dependente químico procura a internação por conta própria. “A internação é sim necessária, mas é sempre importante avaliar a realidade de cada indivíduo, pois esse tratamento obrigatório pode ser feito de forma coercitiva, tendo uma menor efetividade”, diz.
Gurgel acredita que a ação mais importante é garantir aos dependentes de drogas ou álcool o acesso ao tratamento, pois muitos pacientes ainda enfrentam dificuldades para buscar a recuperação. “A gente tem que lembrar que isso é uma doença crônica. Em Fortaleza, as ações que asseguram o acesso ao tratamento ainda estão numa fase inicial. Todo esse processo ainda está sendo construído”, acrescenta.
Fonte: JANGADEIRO
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